A Olympus está analisando ofertas de parceria de pelo menos cinco companhias japonesas, fará demissões e fechará fábricas, em meio aos esforços de se recuperar do escândalo contábil de US$ 1,7 bilhão.
O presidente da fabricante de câmeras e equipamentos médicos, Hiroyuki Sasa, disse nesta sexta-feira (8) que Fujifilm, Panasonic, Sony, Terumo e pelo menos mais uma companhia japonesa fizeram propostas de aliança via investimento, mas ressaltou que a Olympus ainda não se decidiu a respeito. "Não decidimos o sócio. Estamos negociando com todos em condição de igualdade", declarou Sasa na conferência em que a companhia revelou os planos para os cinco anos.
A principal fabricante mundial de endoscópios admitiu, em 2011, ter usado táticas contábeis para omitir grandes prejuízos com investimentos a partir dos anos 1990. O britânico Michael Woodford foi demitido em outubro, após duas semanas como presidente-executivo, depois de alertar repetidas vezes quanto à corrupção nos mais altos escalões da Olympus.
A companhia posteriormente revisou os balanços dos cinco anos fiscais até o fim de junho de 2011, reportando prejuízo líquido de 49 bilhões de ienes (US$ 615,81 milhões) e queda de 7,5% no lucro operacional, para 35,5 bilhões de ienes, no ano fiscal encerrado em março de 2012. Diversas figuras que desempenharam papéis importantes no escândalo, entre elas o ex-presidente-executivo Tsuyoshi Kikukawa, foram indiciadas.
No entanto, a empresa conseguiu manter as ações na Bolsa de Tóquio, e as vendas de endoscópios ? o ponto forte da Olympus ? continuam a apresentar bom desempenho, fatores que podem fazê-la não se apressar para uma parceria. A Olympus anunciou também nesta sexta-feira (8) que pagará a Woodford 10 milhões de libras (US$ 15,58 milhões) em um acordo para encerrar o processo que ele abriu por demissão injusta, colocando fim aos oito meses de disputa.
No plano de negócios de cinco anos, a fabricante tentará vender os negócios não principais e diminuir o número de fábricas de 30 para 18. Os negócios principais são as divisões médica, de cuidados com a saúde, de ciências industriais e de imagem. A Olympus cortará 2,7 mil postos de trabalho, ou 7% do total, a maioria nas fábricas fora do Japão. A reestruturação vai consumir 15 bilhões de ienes ao longo desses cinco anos.