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Piauí ostenta maior projeção de alta do PIB em 2025; agro superará 10% de crescimento

Os dados estão contidos em balanço do Banco do Brasil, o crescimento do Piauí será o maior do Nordeste e acima também da projeção nacional no ano.

O agronegócio deve puxar o crescimento do PIB do Piauí acima da média regional e nacional. | Foto: CNA/WENDERSON ARAÚJO
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O estado do Piauí deve registrar o maior avanço percentual do PIB nordestino em 2025, com expansão prevista de 3,7%, puxada principalmente pela agropecuária. A estimativa faz parte da Resenha Regional, documento técnico elaborado pela equipe de Assessoramento Econômico do Banco do Brasil.

Para efeito de comparação, o crescimento consolidado para toda a região Nordeste é de 2,2%, patamar semelhante ao projetado para o Brasil como um todo no próximo ano.


CENÁRIO NACIONAL: RITMO MENOR E JUROS ALTOS

No panorama nacional, a economia brasileira deve desacelerar em 2025 em relação ao desempenho de 3,4% registrado em 2024. A expectativa agora é de uma alta mais contida, em um ambiente de inflação ainda elevada (5,4%), juros projetados em 15,25% ao ano e redução dos estímulos fiscais. Segundo a análise, esse cenário deve penalizar o consumo das famílias, além de impor restrições aos setores industrial e de serviços.

Em contrapartida, o agronegócio nacional surge como destaque positivo, com crescimento estimado em 6,0%, revertendo a queda de 3,2% anotada no ano anterior.


PIAUÍ: EXPANSÃO EM TODOS OS SETORES

Com uma economia cada vez mais alicerçada na produção agrícola, o Piauí deve ver sua agropecuária crescer 10,5%, impulsionada por uma revisão otimista na colheita de soja. A indústria piauiense também tende a apresentar um bom desempenho, com estimativa de alta de 4,5%, enquanto o setor de serviços avança 2,5%.


PARAÍBA E BAHIA TAMBÉM AVANÇAM

A Paraíba aparece logo atrás, com PIB projetado para crescer 3,0%, sustentado pelo desempenho da indústria (+4,5%) e dos serviços (+2,5%), mesmo com um crescimento mais modesto da agropecuária (+1,2%).

Na Bahia, a expectativa é de um avanço de 2,7%, influenciado especialmente pela recuperação da indústria (+4,0%), com destaque para os segmentos de energia e refino, que haviam enfrentado retrações anteriores.


ALAGOAS: FORÇA DO MILHO PUXA CRESCIMENTO

Com previsão de expansão de 2,5%, Alagoas será impulsionado sobretudo pela agropecuária (+6,2%), que se beneficia da excelente performance da safra de milho, com expectativa de crescimento superior a 67% em relação ao ciclo anterior. A indústria alagoana cresce em menor ritmo (+2,0%) e os serviços têm avanço discreto de 1,1%, afetados pela limitação da renda familiar.


DESEMPENHOS DESIGUAIS EM CEARÁ E PERNAMBUCO

A economia do Ceará deve avançar 2,2%, ancorada por uma indústria aquecida (+3,5%), agropecuária em alta (+2,4%) e serviços moderados (+1,7%). Já Pernambuco, com previsão de crescimento de apenas 1,4%, enfrenta retração industrial (-0,6%), reflexo da queda na produção de coque e derivados de petróleo. Mesmo com agropecuária em crescimento (+3,2%) e serviços positivos (+1,3%), o cenário geral é de desempenho limitado.


CRESCIMENTO MODESTO EM RN, SERGIPE E MARANHÃO

Rio Grande do Norte e Sergipe apresentam projeções mais modestas: 1,8% e 1,7%, respectivamente. O RN deve sentir os efeitos de um recuo industrial (-0,6%) e de um crescimento tímido na agropecuária (+0,9%), após forte performance em 2024. Já Sergipe mantém um comportamento equilibrado entre os setores, mas sem áreas com crescimento expressivo.

No Maranhão, o crescimento estimado de 1,9% está concentrado na agropecuária (+6,2%) e na indústria (+2,6%), enquanto os serviços crescem apenas 0,8%, o que limita a expansão geral do estado.


AGROPECUÁRIA SE CONSOLIDA COMO PILAR DO NORDESTE

A publicação do Banco do Brasil reforça a centralidade do agronegócio como motor da economia nordestina, sobretudo em um cenário macroeconômico nacional adverso, com juros altos e consumo contido.

"Essas projeções confirmam que o desempenho agrícola será o principal fator de crescimento na maioria dos estados nordestinos, sobretudo em um cenário nacional de desaceleração econômica e juros elevados", afirma a Resenha Regional.

Ao mesmo tempo, o documento chama atenção para a fragilidade estrutural da região, marcada por baixa diversificação produtiva e vulnerabilidade a choques climáticos, o que reforça a dependência do setor primário.


DESAFIOS À FRENTE: INVESTIMENTO E INFRAESTRUTURA

Segundo o relatório, o ritmo da economia nordestina nos próximos trimestres dependerá da dinâmica do agronegócio e da capacidade dos governos locais em atrair investimentos e modernizar a infraestrutura. 

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