Redução de tarifas de energia pode ficar abaixo do esperado

Em janeiro serão definidas as medidas adicionais para garantir a redução do preço da energia aos patamares previstos inicialmente

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Romeu Rufino, afirmou nesta terça-feira (4) que a não adesão da Cesp à renovação das concessões do setor elétrico, aliada à recusa já anunciada de três usinas da Cemig, pode fazer com que a redução das tarifas de energia não seja a mesma da idealizada pelo governo, de 20%, em média, a partir de 2013.

"Os 20% previam adesão total à renovação. Ou não será alcançado ou o governo terá de usar alternativas para compensar", disse Rufino a jornalistas ao chegar à reunião semanal da agência.

O diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, afirmou que não calculou o impacto que a ausência da Cesp pode gerar, mas salientou que "queremos atingir os 20% de qualquer jeito".

Segundo o diretor, somente em janeiro serão definidas as medidas adicionais para garantir a redução do preço da energia aos patamares previstos inicialmente. Ele informou que ainda podem ser feitos novos cortes de encargos federais, que seriam viabilizados com a alocação de novos recursos do Tesouro Nacional.

Para ele, o governo precisa saber ao certo quais empresas vão aceitar a proposta de renovação dos contratos para ter noção exata de quais medidas deverão ser tomadas para garantir o corte médio de 20,2% nas tarifas.

O que as concessões das elétricas têm a ver com a conta de luz mais barata?

Na véspera do feriado de 7 de setembro, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a conta de luz ficaria mais barata para consumidores e empresas a partir de 2013. A medida era uma reivindicação antiga da indústria brasileira para tornar-se mais competitiva em meio à crise global.

Para conseguir baixar a conta de luz, o governo precisou "mudar as regras do jogo" com as companhias concessionárias de energia, e antecipou a renovação dos contratos que venceriam entre 2015 e 2017. Em troca de investimentos feitos que ainda não tiveram tempo de ser ?compensados?, ofereceu uma indenização a elas.

Algumas empresas do setor elétrico ofereceram resistência ao acordo, alegando que perderiam muito dinheiro. Caso elas não aceitem as novas regras, o governo deve ter dificuldades para conseguir baixar a conta de luz.

Desde o anúncio de Dilma, as ações de empresas ligadas ao setor passaram a operar em baixa na Bolsa de Valores, e algumas chegam a acumular queda de mais de 40% em dois meses. Com isso, o setor elétrico, que era historicamente atrativo por ter resultados e dividendos estáveis ou crescentes mesmo em crises econômicas, passou a ser alvo de desconfiança de investidores desde então no mercado acionário brasileiro.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES