Um estudo revelou que a Região Sul lidera em proporção de famílias endividadas no país. O caso de Maria de Fátima, que acumula quase R$ 32 mil em dívidas no cartão, ilustra o problema.
O economista Flávio Ataliba mostrou que o endividamento familiar no Brasil subiu de 60,8% em 2017 para 77,9% em 2024, com estabilização em nível alto desde 2022, agravado pelos juros elevados.
O estudo apontou diferenças regionais no uso do crédito no Brasil. O Sul lidera com 88% das famílias endividadas, seguido pelo Sudeste com 77%, ambos com amplo acesso a instituições financeiras. Já o Nordeste registrou a maior alta recente, chegando a 79%, com uso intenso do cartão de crédito em despesas básicas.
No Norte, o endividamento é marcado por empréstimos informais entre pessoas. No Centro-Oeste, a alta renda do agronegócio impulsiona o financiamento de imóveis, como no caso de Amanda, que comprou um apartamento na planta.
O responsável pelo estudo sugere a criação de políticas públicas para enfrentar o endividamento, incluindo um programa nacional de educação financeira.