Reservas cambiais do Brasil batem recorde histórico

Segundo BC, reservas cambiais subiram para R$ 231,5 bilhões.

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  Números divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Banco Central mostram que as reservas internacionais brasileiras subiram US$ 5 bilhões, ultrapassando a barreira dos US$ 230 bilhões. Na quarta-feira (7), as reservas estavam em US$ 226,5 bilhões e subiram para R$ 231,5 bilhões na quinta-feira (8).

Com isso, as reservas internacionais atingiram o maior patamar já registrado. O anúncio da forte subida registrada nas reservas cambiais acontece após a abertura de capital do Santander, operação pela qual a instituição financeira emitiu títulos e captou mais de R$ 14 bilhões. Parte do valor veio de investidores do exterior. A operação foi concluída na última terça-feira (7).

A confirmação de que o BC comprou dólares, entretanto, vai sair somente na quarta-feira (14) da próxima semana, quando a instituição atualiza informações sobre o volume de compras de divisas. Nesta quinta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o BC estaria comprando dólares "agressivamente". Os dólares comprados pela autoridade monetária vão justamente para as reservas cambiais brasileiras. O que são? Reservas internacionais são o volume de dólares que o país tem em caixa.

O governo acumula a moeda norte-americana de três formas: comprando dólares no mercado, fazendo emissões de títulos da dívida pública (que são comprados pelos investidores e cujo pagamento é depositado nas reservas) ou por meio das aplicações das reservas - que geram rendimentos. A maior parte das reservas brasileiras está aplicada em títulos do tesouro dos Estados Unidos.

A vantagem de se ter dólares em caixa é que isso proporciona garantias contra eventuais crises no mercado internacional, como a da Rússia, em 1998, e contra a crise financeira que impactou a economia global nos últimos meses. Com os dólares, o país tem mais autonomia. Economistas, no entanto, chamam a atenção para a compra de dólares. Isso por que o governo cada vez que compra a moeda, paga em real e, com isso, aumenta a dívida interna.

Histórico

As reservas chegaram ao fundo do poço no fim de 1998 e início de 1999, logo após o anúncio de moratória (não pagamento da dívida externa) por parte da Rússia. Naquele momento, houve uma fuga de capitais de todos os países emergentes e, para manter o câmbio fixo, o Banco Central, sob a tutela de Gustavo Franco, teve de lançar mão das reservas e vender dólares ao mercado financeiro para segurar a cotação do real. Naquele momento, as reservas já haviam caído para US$ 24,45 bilhões.

Com a adoção do câmbio flutuante, ou seja, sem metas para a taxa de câmbio, as reservas deixaram de ser utilizadas para a venda de dólares. A conseqüência imediata foi a disparada da moeda norte-americana para cerca de R$ 3,00. Entretanto, até o fim daquele ano já retornaria para um patamar ao redor de R$ 2,00 por dólar em conseqüência ao aumento da taxa de juros. Recomposição No início de 2004, com a melhora do cenário externo, foi instituído formalmente o processo de recomposição das reservas internacionais - por meio da compra de dólares no mercado à vista pelo BC. Em 2004, o BC comprou US$ 5,2 bilhões e, em 2005, outros US$ 21,5 bilhões.

No ano de 2006, as compras somaram US$ 37,2 bilhões e, em 2007, bateram recorde ao somar US$ 78,5 bilhões. No ano passado, o BC adquiriu US$ 7,5 bilhões. Crise financeira Com o agravamento da crise financeira internacional, em setembro do ano passado, com o anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers, o BC teve de abandonar, momentaneamente, a política de compras de dólares e, consequentemente, de recomposição das reservas cambiais.

Para atender à demanda por dólares no Brasil, visto que os investidores estrangeiros estavam retirando recursos da economia doméstica para cobrir prejuízos no exterior, ou para buscar aplicações com risco menor (países desenvolvidos), a autoridade monetária voltou a vender dólares no mercado à vista - chegando a colocar em mercado mais de US$ 14 bilhões.

Com isso, as reservas internacionais recuaram, chegando a R$ 199 bilhões em 19 de fevereiro. Nos últimos meses, porém, com o retorno dos investidores ao país, na busca por aplicações com remuneração melhor, o BC pôde voltar a comprar dólares e recompor as reservas. Neste ano, a autoridade monetária já comprou mais de US$ 14 bilhões no mercado à vista até o dia 2 de outubro (sexta-feira da última semana).



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