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Em meio a conflito com os EUA, Maduro diz que 'corsários estão assaltando' petroleiros venezuelanos

Guarda Costeira americana apreendeu 3º navio petroleiro neste domingo (21), segundo agências de notícias. Governo Trump realiza campanha de pressão contra o regime Maduro que inclui ampla presença militar no Caribe.

Foto: AP Photo/Evan Vucci; Reuters/Leonardo Fernandez | Foto: Trump e Maduro
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou neste domingo (21), que seu país enfrenta "uma campanha de agressão de terrorismo psicológico e de corsários que assaltaram petroleiros".

A declaração veio após a apreensão do 3º navio petroleiro pelos EUA. No entanto, Maduro não citou diretamente se a fala é uma resposta à ação americana deste domingo.

"A Venezuela vem denunciando, enfrentando e derrotando há 25 semanas uma campanha de agressão que vai desde o terrorismo psicológico até corsários que assaltaram petroleiros. Estamos preparados para acelerar a marcha da Revolução profunda", disse Maduro em suas redes sociais minutos após a nova apreensão ser revelada pelas agências de notícias.


O QUE SÃO CORSÁRIOS?

Citados por Maduro em sua fala, os corsários  são marinheiros armados que, em tempos de guerra, recebem uma autorização oficial de um governo para atacar e saquear navios e portos inimigos para compartilhar os lucros com o Estado que os comissionou.

Eles diferem dos piratas, porque esses atuam por sua própria conta. Já corsários eram muito utilizados por potências marítimas europeias entre os séculos XV e XIX, com mais frequência na época das grandes navegações.

POR QUE OS NAVIOS ESTÃO SENDO APREENDIDOS?

Atualmente, a Venezuela concentra uma capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris, sendo a maior reserva comprovada de petróleo do planeta - segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.

O que acaba por colocar o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. No entanto, grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração.

O que desperta um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo".

Diante desse volume, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro.

EFEITOS DAS APREENSÕES

Os efeitos iniciais já começaram a aparecer nesta semana. Caracas já enfrenta falta de capacidade para armazenar petróleo, em meio a medidas de Washington para impedir que embarcações atraquem ou deixem portos venezuelanos - de acordo com uma reportagem da Bloomberg News

Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia.

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