Enchentes já mataram nove no Ceará

Do total, 24.364 desalojados estão em casas de amigos ou parentes

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As fortes chuvas registradas no Ceará este ano deixam um rastro de destruição e mortes em 65 municípios mais atingidos pelas enchentes. A força das águas atinge casas, devasta plantações e causa pânico na população. Em 24 horas, mais duas mortes, ocorridas em Russas, no Vale do Jaguaribe, foram registradas pela Coordenação Estadual da Defesa Civil. Nesse período, o número de pessoas afetadas de algum modo pelas águas saltou de 170 para 183.378.

Do total, 24.364 desalojados estão em casas de amigos ou parentes e outros 15.363 perderam suas residências e estão abrigados em escolas, creches e salões de igrejas. Além de Russas, as outras mortes ocorreram em Bela Cruz (2); Coreaú (2), Frecheirinha (1), Ipu (1) e Ubajara (1). São 133 feridas levemente e uma em estado grave, no município do Ipu.

De acordo com a assessora técnica da Defesa Civil do Estado, Maria Ioneide Araújo, o Rio Curu subiu mais de dois metros acima de seu nível normal, deixando comunidades ilhadas. ?Tivemos que resgatar 15 pessoas que ficaram sem poder sair de suas casas?. Assim como no município, nos outros 64 afetados pelas águas, as aulas foram suspensas.

Em Canindé, o número de pessoas atingidas chegou a 22.230. Já são 779 casas danificadas, 39 destruídas e 130 famílias estão desalojadas.

No município de Acaraú, 10 mil pessoas foram atingidas pelas chuvas. Do total, 180 famílias estão em casas de amigos ou parentes. Em Ipu, 14.448 também sofram com as conseqüências das precipitações.

Em Santa Quitéria, outras 14.805 atingidas, aguardam a chegada de doações. Sobral registra 5.126 pessoas afetadas. São 209 famílias desabrigadas e mais 368 desalojadas. Até o fechamento da edição, 11 mil havia sido atingidas diretamente pelas enchentes do Rio Jaguaribe, em Jaguaruana. Destas, 3.800 estão sem casa.

Em Itaiçaba, o número de desabrigados triplicou em dois dias, chegando a 3.469 pessoas que foram obrigadas a abandonar as residências para abrigos públicos e em uma cerâmica cedida por particular. As águas dos rios Palhano e Jaguaribe assustam a população da cidade, que já enfrentou cheias ao longo de sua história, sendo a mais alta em 1985, quando alcançou 1,60 na parte mais alta da sede municipal.

A coordenação da Defesa Civil local pede redes, colchões, água potável e alimentos não perecíveis, além de medicamentos. ?Estamos apavorados com o nível dos dois rios que não param de aumentar?, conta o titular da Secretaria de Agricultura municipal e chefe da Defesa Civil, Marcos Vinicios Silva Vieira.

Em Petencoste, apesar da situação ser crítica, a Prefeitura não confirmou o número de famílias atingidas. Na terça-feira, uma ponte foi destruída pela cheia do rio e a estrada que poderia ser usada como acesso alternativo ficou intransitável. Segundo técnicos do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), os reparos só poderão ser feitos quando o nível do rio baixar.

Em Fortaleza, com o dia ensolarado da quarta-feira, o número de desabrigados diminuiu de 44 para 15.

O Ceará já bateu o recorde tanto em volume de água armazenado, como em açudes que estão sangrando, desde que a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) foi criada, em 1993. Ontem, a Companhia registrou que 108 reservatórios estão sangrando. O que representa um acúmulo de 92,05%, ultrapassando os 16 bilhões de metros cúbicos, dos 17,8 bilhões m³ que representam cerca de 90% do total de acumulação.

O último reservatório que sangrou foi o Forquilha II, no município de Tauá.



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