O ministro da Educação, Henrique Paim, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares, anunciaram neste sábado (24), em Brasília, que 9.519.827 pessoas se inscreveram para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014.
De acordo com os dados divulgados, houve um aumento de 21,8% no número de inscritos em relação à edição de 2013, quando 7.834.017 se inscreveram. Em 2012, foram 6.495.446 inscritos e em 2011 haviam sido 6.221.697.
O prazo para inscrições terminou às 23h59 de sexta (23). Segundo o Inep, somente no último dia, foram 1,9 milhão de inscrições.
Os candidatos que não têm isenção na taxa de inscrição, no valor de R$ 35, podem pagar o boleto no banco até a próxima quarta (28). Ficam isentos da cobrança todos os alunos de escola pública ou que comprovarem renda familiar mensal inferior a R$ 1.086.
Só depois do fim do prazo para o pagamento da taxa é que o Inep deve divulgar o número final de pessoas inscritas e aptas a fazer a prova, que este ano será realizada nos dias 8 e 9 de novembro.
Em 2013, 7,8 milhões de alunos fizeram a inscrição, mas, como muitos não pagaram a taxa, no final 7,1 milhões de candidatos puderam prestar o exame. Nos dias do Enem, compareceram efetivamente mais de 5 milhões de estudantes.
O ministro Henrique Paim informou que, em média, 60% dos inscritos são isentos do pagamento, mas que os demais devem efetuar o pagamento até, no máximo, dia 28 de maio.
"O pagamento tem que ser efetuado no dia 28. Não pode ser agendado, pela internet, para o dia 30, por exemplo", frisou. Segundo ele, quem não efetuar o pagamento terá a inscrição cancelada.
Perguntado sobre se a greve de vigilantes no Rio, que afeta o funcionamento das agências bancárias, poderá prejudicar os inscritos, o ministro disse que é preciso recorrer a alternativas, como pagamento pela internet ou caixa eletrônico. No entanto, Paim informou que vai conversar com autoridades do estado para saber o que pode ser feito para não haver prejuízo aos inscritos para o exame.
Aumento no número de inscritos
O ministro da Educação comemorou o aumento no número de inscritos e afirmou que os dados mostram que o brasileiro acredita "cada vez mais que pode mudar sua vida por meio da educação".
"É importante destacar esse aumento de 21% porque todo ano achamos que chegamos a um patamar que não tem mais possibilidade de crescer. Tivemos a confirmação da expectativa no país em torno da questão educacional. O imaginário do estudante vem mudando. As pessoas estão acreditando cada vez mais que podem mudar sua vida por meio da educação", disse a jornalistas.
O exame deverá ser usado pelas 115 universidades e institutos federais para acesso a cursos de graduação. Os candidatos podem tirar dúvidas sobre a inscrição em um passo a passo no site enem.inep.gov.br.
Henrique Paim disse que, a partir deste exame, algumas universidades, como a Universidade Federal de Goiás, ampliaram as vagas por meio do sistema de seleção unificado. Conforme o ministro, termina em agosto o prazo para novas instituições se cadastrarem.
Realização das provas
Assim como nos anos anteriores, o Enem ocorrerá em dois dias seguidos. No sábado, dia 8, os participantes farão as provas de ciências humanas e ciências da natureza, das 13h às 17h30 (horário de Brasília). No domingo, dia 9, serão aplicadas as provas de linguagens e códigos, matemática e redação. Nessa data, o tempo do exame será mais longo, entre as 13h e as 18h30 (horário de Brasília).
Segundo o MEC, serão impressas 18,3 milhões de provas (incluindo normal, ampliada, ledor e braile ? estas três últimas, para quem tem diferentes graus de deficiência visual) em 1.699 municípios do país. Este ano, 785 mil funcionários vão ajudar na realização do Enem, entre coordenadores de locais de aplicação, assistentes de coordenação, chefes de sala, fiscais e apoio. Em todo o Brasil, haverá 16,6 mil locais de exame.
Detectores de metal
No dia 8 de maio, o MEC anunciou que nesta edição serão aperfeiçoados os procedimentos de segurança contra fraude na aplicação do exame. Os fiscais poderão, inclusive, usar detectores de metais portáteis para comprovar que candidatos não estão usando equipamentos eletrônicos durante a realização do Enem.
O detector poderá ser utilizado em qualquer estudante inscrito, a não ser que a pessoa apresente uma justificativa para que não possa passar por esse tipo de monitoramento. O aparelho também poderá comprovar o uso indevido de celulares para postar fotos do exame nas redes sociais ? infração que acabou eliminando dezenas de jovens nas últimas duas edições.
Segundo o MEC, este ano o edital foi traduzido para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), e o site do Enem terá uma versão do edital incorporada a um sistema de computação acessível a cegos, chamado Dosvox.
Sabatistas
Nesta edição, os alunos sabatistas (que guardam o sábado por motivos religiosos) poderão fazer a prova de 8 de novembro às 19h (horário de Brasília) desse dia, exceto nos estados do Acre, Amazonas, de Roraima e Rondônia. Nesses quatro estados, os candidatos sabatistas poderão realizar o primeiro dia de provas às 19h de sua hora local, em função do horário de verão.
Correção da redação
Segundo o ministério, os atuais filtros de correção da redação do Enem serão mantidos e ampliados. De acordo com ele, o MEC tem investido no aprimoramento dos itens de correção e na capacitação dos corretores. O presidente do Inep, Francisco Soares, também disse a jornalistas que cada prova será avaliada por dois corretores.
Combatendo a abstenção
Segundo informou o MEC, os candidatos que não compareceram às provas do ano passado e se inscreverem novamente em 2014 receberão uma mensagem do governo alertando sobre o problema de faltar ao Enem mais uma vez.
De acordo com os dados levantados pelo governo, a maioria dos ausentes no exame são pessoas que não precisam pagar a taxa de inscrição ? como treineiros, que ainda não terminaram o ensino médio, e adultos que já acabaram o terceiro ano e trabalham.
Em 2013, o governo estima que cerca de 30% dos candidatos inscritos no Enem não chegaram a fazer os dois dias de prova. O prejuízo com os ausentes, no ano passado, foi de R$ 58 milhões, calcula o MEC.