Um ataque de drone russo atingiu e danificou gravemente a estrutura de confinamento da usina nuclear desativada de Chernobyl, projetada para conter a liberação de substâncias radioativas. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (15) pelo engenheiro-chefe da usina, Oleksandr Tytarchuk. Com informações do The Guardian.
O QUE ACONTECEU
Segundo Tytarchuk, o drone perfurou a cobertura externa do recipiente de contenção e explodiu internamente. Ele destacou que a barreira, concluída em 2019, deixou de operar conforme seu projeto original. O engenheiro acrescentou: “Para minimizar as consequências que todos podem observar agora, faremos todo o possível em um futuro próximo”.
Apesar dos danos, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmaram que os níveis de radiação permanecem dentro da normalidade.
RISCO MAIOR
Tytarchuk explicou que, se a explosão tivesse ocorrido entre 15 e 20 metros mais distante, poderia ter atingido diretamente o antigo abrigo construído após a explosão do quarto reator em abril de 1986. O chefe dos Serviços de Emergência da Ucrânia, Andriy Danyk, informou que a equipe local está sendo rotacionada constantemente para evitar exposição à radiação. “Estamos garantindo que ninguém receba exposição excessiva”, afirmou.
Hryhory Ishchenko, responsável pela zona de exclusão, esclareceu que, por acordo geral, drones não são abatidos em áreas nucleares. Ishchenko recordou que a explosão de Chernobyl, em 1986, espalhou radiação pela Europa, levando à mobilização de recursos soviéticos em larga escala. Ele também ressaltou que o último reator em funcionamento foi desligado em 2000.
A região de Chernobyl foi ocupada por tropas russas durante mais de um mês nas primeiras semanas da invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022, quando as forças tentaram avançar em direção a Kiev.