Biden quer vacinar 100 milhões e barrar medidas de Trump em 100 dias

Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, toma posse nesta quarta-feira (20).

Presidente eleito dos EUA, Joe Biden | — Foto: Matt Slocum/AP
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"Uso de máscaras, vacinação e reabrir escolas: esses são meus três objetivos principais nos meus primeiros 100 dias", anunciou, na semana passada, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que toma posse nesta quarta-feira (20). Informações do G1.

As metas até 30 de abril parecem simples, mas são ambiciosas: vacinar ao menos 100 milhões de americanos contra a Covid-19; controlar a pandemia no país mais afetado do mundo e aprovar um pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão para reduzir seu impacto econômico e social.

Para isso, Biden promete mudar completamente a abordagem de combate à Covid-19 adotada pelo seu antecessor, Donald Trump. A começar pelo uso de máscaras: elas serão obrigatórias em prédios públicos federais e em ônibus, trens e voos interestaduais, e o presidente eleito pediu a governadores e prefeitos que façam o mesmo.

Presidente eleito dos EUA, Joe Biden — Foto: Matt Slocum/AP

O futuro presidente dos EUA também deve revogar logo de cara diversas medidas adotadas por Trump, como a saída do Acordo de Paris para o clima, o rompimento com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o veto à entrada de cidadãos de cinco países muçulmanos e a separação de mais de 500 filhos de imigrantes ilegais de seus pais.

Biden também prometeu criar uma legislação para conceder cidadania americana para 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente no país, propor ao Congresso que eleve o salário mínimo, perdoar dívidas de financiamento estudantil e restringir os despejos na pandemia. 

O pacote de US$ 1,9 trilhão anunciado na quinta passada (14) incluiu as principais medidas, que envolvem o combate à pandemia e seus efeitos econômicos:

- Cerca de US$ 1 trilhão em ajuda direta às famílias, inclusive o pagamento de cheques de US$ 1,4 mil para mais de 100 milhões de americanos, a ampliação do seguro desemprego e o subsídio de até US$ 8 mil para gastos com creches;

- Cerca de US$ 400 bilhões para combater diretamente a pandemia. Entre as medidas estão US$ 20 bilhões acelerar o processo de vacinação, US$ 50 bilhões para ampliar a testagem e US$ 130 bilhões para a reabertura das escolas;

- US$ 350 bilhões para ajudar estados e prefeituras que tiveram a arrecadação afetada pela pandemia;

Máscaras, vacinas e testagem

"O plano está olhando para o problema como um todo", afirma a brasileira Denise Garrett, médica epidemiologista e vice-presidente do Instituto de Vacina Sabin em Washington. “Ele [Biden] está tendo uma visão bem ampla do controle da pandemia”.

A epidemiologia elogia os especialistas escolhidos pelo presidente eleito para a área – "assessores muito bons, de grande reputação" – e o fato de o plano ser guiado pela ciência e focado no que realmente importa:

“O controle dessa pandemia não é simples, mas é básico: são as medidas de distanciamento, o uso de máscara, testagem e rastreamento e vacinas”, afirma Garrett. “É o que a gente precisa. O básico”. 

Os EUA são o país com mais casos e mortes por Covid-19 do mundo (mais de 24 milhões de infectados e 400 mil óbitos) e não tem conseguido vacinar a sua população no ritmo prometido.

Joe Biden recebe a 2ª dose de vacina contra a Covid-19 — Foto: AP Photo/Susan Walsh 

Ela chama a meta de aplicar ao menos 100 milhões de doses em 100 dias de "super ambiciosa", mas diz ser possível porque vem com um plano, "diferentemente de Trump": aumentar os locais de vacinação, contratar 100 mil profissionais de saúde, investir em pessoal e fortalecer os departamentos estaduais e municipais de saúde.

O atual presidente americano havia prometido vacinar 20 milhões de americanos ainda em 2020, mas foram menos de 3 milhões, e o republicano deixará a Casa Branca com cerca de 12 milhões de doses aplicadas. 

“Trump investiu demais no desenvolvimento da vacina, mas faltou investimento na distribuição da vacina. A pessoa responsável era um militar da área de logística. Assim como aí [no Brasil], não se mostrou algo muito eficaz”, afirma Garrett.



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