A única central elétrica da Faixa de Gaza ficou fora de funcionamento após os bombardeios do exército israelense, anunciou nesta terça-feira o diretor-adjunto da autoridade de Energia do reduto palestino.
"A única central elétrica de Gaza ficou fora de funcionamento após um bombardeio israelense na noite passada, que danificou o gerador de vapor, antes de atingir as reservas de combustível que se incendiaram", declarou Fathi al-Sheikh Jalil.
Foram declarados grandes incêndios no setor da central (no centro do território palestino), impedindo o acesso dos veículos de auxílio, constatou um jornalista da AFP.
Esta usina fornece cerca de 30% do consumo de eletricidade de Gaza.
Além disso, segundo Fathi al-Sheikh Jalil, "cinco das dez linhas elétricas provenientes de Israel para abastecer a Faixa de Gaza foram atingidas pelos bombardeios israelenses, e os serviços de manutenção não conseguem ter acesso à zona para consertá-las".
Além da falta crônica de água, o reduto palestino, submetido desde 2006 a um bloqueio imposto por Israel, sofre grandes problemas de fornecimento de eletricidade.
Ataques deixam 16 mortos e 65 feridos
Pelo menos 16 palestinos morreram e 65 ficaram feridos nos últimos e intensos bombardeios aéreos do Exército israelense sobre as regiões central e sul da Faixa de Gaza, entre os quais um dos alvos era a casa do líder do Hamas no território palestino, Ismail Haniyeh, que saiu ileso.
Durante a última noite e as primeiras horas desta terça-feira, aviões militares israelenses, com o apoio de tanques, intensificaram seus bombardeios sobre a Faixa de Gaza, principalmente na Cidade de Gaza, de acordo com fontes de segurança palestinas.
O porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza, Ashraf al Qedra, informou para a imprensa que nove pessoas morreram em um ataque aéreo durante a madrugada que também deixou outras 40 pessoas feridas e que tinha como alvo um imóvel no campo de refugiados de al Bureij, no centro do território palestino.
Acrescentou que outras sete pessoas pertencentes à mesma família morreram em outro bombardeio contra uma residência na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e que também deixou uma dezena de feridos.
Fontes do Ministério da Saúde em Gaza relataram que pelo menos 15 pessoas ficaram feridas nos ataques aéreos sobre Rafah.
Além disso, aviões de combate do Exército israelense atacaram nesta manhã a casa de Haniyeh, líder do Hamas em Gaza e número 2 do movimento islamita, situada ao oeste do litoral da Cidade de Gaza, informaram testemunhas e veículos de imprensa ligados ao grupo.
O ataque não deixou feridos e Haniyeh saiu ileso, pois não estava no imóvel, assim como também não havia nenhum membro de seu clã familiar, quando o míssil destruiu a casa, informou o canal de televisão do Hamas, "al-Aqsa".
Fontes de segurança palestinas detalharam que caças israelenses lançaram panfletos sobre a capital e iluminaram a escuridão da noite com explosivos luminosos enquanto os blindados seguiam sua ofensiva por terra.
Grandes explosões foram vistas ao oeste da Cidade de Gaza após os disparos em vários pontos, acrescentaram as fontes, que disseram que os mesmos atingiram terrenos baldios próximos de uma escola gerida pela ONU ao sudoeste da cidade.
Fontes do Ministério da Saúde em Gaza informaram que pelo menos 15 pessoas ficaram feridas nos ataques aéreos sobre a cidade.
Qedra elevou a contagem de mortos palestinos na ofensiva, que já dura mais de três semanas, para 1.101 pessoas, enquanto os feridos já superam os 6,5 mil, a maioria civis, inclusive mulheres e crianças.
O Exército israelense informou, em comunicado, que atacou 70 "posições terroristas" em todo o território palestino durante as últimas operações noturnas em Gaza, entre eles dois centros utilizados para o comando e o controle das ações do Hamas, além de quatro armazéns de armas escondidos em mesquitas, plataformas para o lançamento de foguetes escondidas perto de uma mesquita e um túnel para uso ofensivo.
No começo do dia de hoje, o comunicado militar israelense acrescentou que as Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês) atacaram infraestruturas da tesouraria do Hamas, "responsável pelo financiamento e pela administração de ações terroristas na Cidade de Gaza".
As Forças de Defesa de Israel notificaram que conseguiram atingir instalações utilizadas para a confecção de material de propaganda do Hamas e da emissora de televisão "al-Aqsa", que são acusadas pelo Estado judeu de incitar a população palestina contra Israel, assim como uma dezena de "destacamentos operacionais" no centro da Faixa.