As Forças Armadas da China realizaram, nesta segunda-feira (29), exercícios militares conjuntos com participação da aeronáutica, da marinha e da força de foguetes nas proximidades da ilha de Taiwan. O governo chinês classificou a ação como um “alerta severo” contra movimentos separatistas e o que chama de interferência externa. Em resposta, Taiwan informou que colocou suas forças em estado de alerta.
O QUE ACONTECEU
Os exercícios ocorreram após críticas de Pequim à venda de armas dos Estados Unidos para Taiwan e a declarações de autoridades do Japão sobre um possível envolvimento em caso de conflito. O comunicado divulgado pelo comando militar chinês, no entanto, não citou diretamente Estados Unidos nem Japão.
O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou, em publicação nas redes sociais, que iniciou treinamentos de resposta rápida e elevou o nível de prontidão das tropas para a defesa da ilha. Em nota, o governo taiwanês avaliou que as ações chinesas aumentam as tensões na região.
De acordo com o coronel Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental do Exército chinês, os exercícios acontecem no Estreito de Taiwan e em áreas ao norte, sul, leste e sudoeste da ilha. As atividades incluem patrulhas conjuntas, manobras no mar e no ar e simulações de bloqueio de portos considerados estratégicos.
Segundo o comando, esta é a primeira vez que um exercício de grande porte menciona publicamente a chamada “dissuasão multidimensional” como um de seus objetivos. A China afirma que as ações visam proteger sua soberania e a unidade nacional.
China e Taiwan são administradas separadamente desde 1949, após a guerra civil chinesa. Embora a ilha tenha governo próprio, Pequim considera Taiwan parte de seu território.
O comando militar chinês informou ainda que está utilizando caças, bombardeiros, drones e lançamentos de foguetes de longo alcance para testar a capacidade de ataques de precisão. Para esta terça-feira, estão previstos exercícios com uso de fogo real em áreas ao redor da ilha.
As manobras elevaram o nível de alerta em Taiwan e também no Japão. Autoridades taiwanesas afirmaram que as ações chinesas afetam a estabilidade do Estreito de Taiwan e da região do Indo-Pacífico.