Cientistas americanos afirmam ter vacina contra Aids ao alcance

Entre as motivações está o fato de que, desde o auge da pandemia, em 1997, novas infecções da doença caíram 21%

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Cartazes no AIDS Memorial Quilt, nos EUA, focam o 25º aniversário do órgão e os avanços da ciência | Kevin Lamarque/Reuters
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Numa infeliz entrevista coletiva em 1984, a então secretária de Saúde dos EUA, Margaret Heckler, previu ousadamente que uma vacina eficaz contra a aids estaria disponível em dois anos.

Mas uma série de tentativas frustradas -incluindo um teste em 2007 com uma vacina da farmacêutica Merck que parecia tornar as pessoas mais vulneráveis à infecção, ao invés de protegê-las- lançou uma sombra duradoura sobre as pesquisas nesse campo.

Em 2009, um teste clínico na Tailândia foi o primeiro a mostrar que seria possível evitar a contaminação pelo vírus HIV em humanos. Desde então, as descobertas apontam para vacinas ainda mais poderosas usando anticorpos que combatem o vírus.

Agora, os cientistas acham que o licenciamento de uma vacina acontecerá em breve.

"Conhecemos o rosto do inimigo", disse Barton Haynes, da Universidade Duke, na Carolina do Norte, que até recentemente dirigiu o Centro de Imunologia para a Vacina do HIV/Aids.

Esse consórcio de pesquisas foi fundado em 2005 pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA para identificar e superar obstáculos que surgem no desenvolvimento de vacinas contra o HIV. Em junho, o instituto suspendeu as verbas para o consórcio.

Ao contrário de muitos vírus causadores de doenças infecciosas, o HIV é um alvo móvel, gerando continuamente versões ligeiramente diferentes de si mesmos, e com cepas diferentes afetando populações diferentes ao redor do mundo. O vírus é especialmente pernicioso por atacar o sistema imunológico, ou seja, o mecanismo que o corpo usaria para reagir à infecção.

"O vírus é bem mais astuto do que pensávamos", disse Haynes, que apresentará um relato sobre os progressos na pesquisa das vacinas durante a conferência anual da Sociedade Internacional da Aids, entre 22 e 27 de julho em Washington.

Graças a medicamentos capazes de controlar o vírus durante décadas, a aids não é mais uma sentença de morte. As novas infecções caíram 21 por cento desde o auge da pandemia, em 1997, e avanços na prevenção - por meio de programas voluntários de circuncisão, prevenção da transmissão vertical (de mãe para filho) e tratamento precoce - prometem reduzir ainda mais a incidência.

Ainda assim, estima-se que haja até 34 milhões de soropositivos no mundo. E, com 2,7 milhões de casos só em 2010, especialistas dizem que a vacina continua sendo a maior esperança de erradicação da aids.



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