Desastre ecológico ameaça culinária dos EUA

Habitantes temem impacto de vazamento no Golfo do México.

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Margie Scheuermann, que vive em Nova Orleans há 78 anos, revisou sua lista enquanto esperava na fila para comprar marisco no Crescent City Farmers Market: siri, carne de caranguejo e camarão com casca branca. “Isso pode não existir semana que vem. E se não tivermos frutos do mar frescos, o que faremos? Não teremos o que cozinhar!”, diz. Com o petróleo jorrando de um poço no Golfo do México, os habitantes da cidade estão comprando e comendo frutos do mar como, quanto e o mais rápido que puderem. No mercado dos agricultores, uma carga total de 350kg de camarão fresco foi vendida, a US$ 5 o quilo, em uma hora. Comer frutos do mar em Louisiana é um modo de vida. É como ir à igreja aos domingos, ou passear com o cachorro. Os nativos de Nova Orleans levam a culinária local a sério, e ela se baseia nos frutos do mar da Costa do Golfo do México. Os habitantes temem o impacto do vazamento de petróleo sobre os pescadores, o meio ambiente e sua alimentação. Há notícias de que os habitantes estariam estocando frutos do mar para enfrentar a escassez. “Uma pessoa que normalmente compra meio quilo me pediu 20kg”, relata a vendedora Kay Brandhurst. E os apreciadores de frutos do mar estão correndo para seus restaurantes favoritos. O chef de cozinha C.J. Gerdes disse que os negócios estão excelentes por causa do vazamento. “Todo mundo aparece para comer frutos do mar pela última vez, antes que aconteça o que eles acham que vai acontecer. Mas ninguém sabe ao certo o que vai acontecer ainda”, diz. Quem trabalha neste setor espera que as coisas não fiquem tão ruins, pelo menos não de imediato. Os biólogos que monitoram o litoral dizem que no momento o vazamento de petróleo não ameaçam as áreas de pesca mais produtivas do estado de Louisiana, que ficam a oeste da foz no Mississipi. Logo depois do desastre, por precaução, o governo proibiu a pesca a leste da foz do Mississipi. Até agora, os testes ainda mostram que as águas das principais regiões pesqueiras estão limpas. Mas ninguém sabe por quanto tempo, nem qual será o impacto do vazamento a longo prazo, ou das substâncias usadas para dispersá-lo. Em Nova Orleans, as pessoas estão mais filosóficas. É o efeito Katrina, dizem eles. Depois de ter perdido sua casa e seu barco, mesmo os membros de sua família, você aprende a não se preocupar com coisas que você não pode controlar.



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