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Donald Trump impõe tarifa de 100% sobre semicondutores e favorece Apple

A medida, que afeta produtos fundamentais para a indústria de tecnologia, visa forçar a produção interna e estimular investimentos em solo americano.

Donald Trump com o vice-presidente J.D. Vance e o CEO da Apple, Tim Cook | Foto: Brendan SMIALOWSKI / AFP
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O presidente Donald Trump anunciou, nesta quarta (6), tarifa de 100% sobre a importação de chips e semicondutores, cumprindo mais uma de suas promessas de endurecimento comercial. A medida, que afeta produtos fundamentais para a indústria de tecnologia, visa forçar a produção interna e estimular investimentos em solo americano.

Apple escapa das taxas

Durante o anúncio, feito ao lado do CEO da Apple, Tim Cook, Trump informou que empresas com produção nos EUA ou planos concretos de instalação não serão afetadas. “Vamos impor uma tarifa muito elevada sobre chips e semicondutores, mas a boa notícia para empresas como a Apple é que, se construírem nos Estados Unidos ou tiverem se comprometido claramente a fazê-lo, não haverá nenhum encargo”, afirmou.

Investimento bilionário

A Apple, por sua vez, anunciou um novo pacote de investimentos no valor de US$ 100 bilhões em produção local. O plano inclui a construção de uma nova fábrica da Corning no Kentucky para fabricar vidros de dispositivos, ampliando em 50% sua força de trabalho no estado. A empresa também reafirmou seu compromisso de investir, ao todo, US$ 600 bilhões no país ao longo de quatro anos, com expectativa de criar mil empregos extras por ano.

Impacto global

A medida de Trump atinge em cheio os países asiáticos, como China, Taiwan e Vietnã, que são os principais produtores de semicondutores. Muitos produtos da Apple, como o iPhone, Apple Watch e MacBook, são fabricados fora dos EUA. A Índia, um polo crescente da produção da empresa, também será alvo de tarifas: 50% sobre os produtos fabricados no país, aplicadas em duas fases até o fim do mês.

Corrida pelos chips

Os semicondutores são componentes essenciais para eletrônicos modernos, desde celulares até centros de dados com inteligência artificial. Controlar essa cadeia produtiva é uma das prioridades das potências globais, e Trump tenta atrair fabricantes ao território americano oferecendo vantagens fiscais em troca de investimentos e empregos.

Isenção com condições

Trump reforçou que companhias que já estejam construindo fábricas nos EUA não pagarão a tarifa: “Mesmo que ainda não produzam, não pagarão a tarifa devido ao impacto que isso tem sobre empregos e desenvolvimento”, explicou. A medida visa forçar a realocação da cadeia de suprimentos das empresas de tecnologia para os Estados Unidos.

Dúvidas sobre promessas

Apesar do otimismo oficial, especialistas apontam que muitos dos investimentos anunciados já estavam nos planos das empresas antes das eleições de 2024. Segundo a Bloomberg, parte dos acordos empresariais firmados com a Casa Branca seriam reaproveitamentos de projetos antigos. Além disso, economistas demonstram ceticismo quanto à concretização de todos os empregos e aportes prometidos. (Com informações de O Globo)

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