Neste domingo (13), mais de 13 milhões de equatorianos – incluindo aqueles no exterior – decidirão o futuro político do país em um segundo turno eleitoral que opõe o atual presidente Daniel Noboa, de centro-direita, à candidata de esquerda Luisa González, herdeira política do ex-presidente Rafael Correa. O pleito, marcado para entre 9h e 19h (horário de Brasília), com primeiros resultados previstos para 22h, ocorre em meio a uma grave crise de segurança que tem transformado o Equador em um dos países mais violentos da América Latina.
O empate técnico no primeiro turno – com Noboa obtendo 44,15% contra 44% de González – revelou um eleitorado profundamente dividido entre duas visões antagônicas: a continuidade das políticas de austeridade e mão firme do atual mandatário ou o retorno ao correísmo, representado por González, que promete reforçar programas sociais e revisar medidas econômicas.
O que está em jogo
Segurança pública: O Equador registrou em 2024 uma taxa de homicídios de 45 por 100 mil habitantes, impulsionada pelo avanço do narcotráfico e gangues. Noboa defende medidas mais duras, incluindo cooperação militar com os EUA, enquanto González propõe combate às causas estruturais da violência.
Economia: O país enfrenta dívida pública elevada e inflação. Noboa mantém a linha de controle fiscal, enquanto González critica o "neoliberalismo" e sinaliza revisão de acordos com o FMI.
Governança: A sombra de Rafael Correa, exilado na Bélgica e condenado por corrupção, polariza o debate. González tenta distanciar-se dos escândalos, mas Noboa a acusa de representar o "retrocesso".
Voto obrigatório e penalidades
O voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 65 anos, com multa de 15% do salário-base para ausentes. Jovens de 16 a 18 anos e idosos acima de 65 podem votar facultativamente.
Cenário de incerteza
Analistas apontam que o resultado pode depender do eleitorado indeciso (cerca de 12% no primeiro turno) e da abstenção. Enquanto Noboa busca capitalizar sua imagem de gestor pragmático, González tenta mobilizar a base correísta com promessas de proteção social.
A eleição não apenas definirá os rumos do Equador para o mandato 2025-2029, mas também testará a resistência do correísmo e a capacidade de Noboa de consolidar um projeto alternativo em um país à beira do colapso institucional.