Estátua de escrava sexual causa crise entre governos na Ásia

Estátua em frente a uma embaixada causa mal-estar

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O governo do Japão convocou seu embaixador-geral na Coreia do Sul e seu cônsul-geral em Busan para esclarecimentos sobre a colocação de uma estátua de mulher em frente ao consulado na cidade sul-coreana.

A imagem posta por ativistas lembra as "mulheres de conforto", escravas sexuais que eram colocadas "à disposição" de militares do Japão durante a ocupação japonesa entre 1910 e 1945.

"Nós pedimos repetidamente para a Coreia do Sul para resolver a situação de maneira apropriada, mas não vimos melhoras e decidimos tomar uma decisão", disse o porta-voz do Gabinete de Tóquio, Yoshihide Suga, nesta sexta-feira (6).

O representante ainda ressaltou que as autoridades de seu país "seguirão insistindo junto ao governo da Coreia do Sul e às autoridades municipais para que retirem a estátua rapidamente".

Em dezembro de 2015, Seul e Tóquio firmaram um acordo sobre o tema, em que os japoneses se comprometiam a pagar cerca de um milhão de ienes (cerca de 7,5 milhões de euros) para as famílias e sobreviventes das mulheres que foram escravizadas. Em contrapartida, os sul-coreanos não poderiam mais criticar o episódio.

No entanto, no fim do ano passado, um grupo de parlamentares da oposição, em meio ao processo que levou ao afastamento da presidente Park Geun-hye, afirmou que tentará de tudo para cancelar o acordo, que consideram insuficiente pelos danos causados.

"Mulheres de conforto"

As "mulheres de conforto" eram, em sua maioria sul-coreanas, mas também haviam jovens filipinas, chinesas e indonésias. Estima-se que mais de 200 mil foram escravizadas pelos japoneses durante toda a guerra. Em 2007, o governo de Tóquio pediu perdão pelos atos, em fato que culminou com a assinatura do acordo em 2015.

De acordo com o jornal Japan Daily Press, muitos japoneses não se opõem ao monumento em Seoul e alguns grupos de ativistas, inclusive, criticam a postura de seu governo  em relação à estátua.

Esses grupos, conforme reportado pelo jornal, entendem que o governo japonês não fez o suficiente para se mostrar responsável pela violação dos direitos das mulheres, não apenas da Coreia do Sul, mas também de países como Taiwan, China, Malásia e Filipinas.

Em comentário ao Bikya News, a estudante Eko Yomomi disse que as ativistas não irão deixar de pressionar o governo até que toda a Ásia reconheça o quanto a sociedade do Japão lamenta o episódio envolvendo as "mulheres de conforto".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES