Tiros de soldados israelenses mataram pelo menos 32 pessoas que se dirigiam a um posto de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza na madrugada deste sábado (19), segundo o Ministério da Saúde do território palestino, controlado pelo Hamas, e o Hospital Nasser, em Khan Younis.
Casos do tipo viraram rotina, desde que a FHG (Fundação Humanitária de Gaza), sistema de distribuição de ajuda apoiado por Israel e Estados Unidos, começou a operar, em maio.
Na última terça-feira (15), o escritório de direitos humanos da ONU em Genebra informou ter registrado pelo menos 875 assassinatos nas últimas seis semanas nos arredores dos pontos de ajuda em Gaza -a maioria deles perto de locais de distribuição da FHG.
Israel diz ter feito tiros de advertência contra suspeitos que se aproximaram de suas tropas após elas não atenderem a chamados para parar, a cerca de um quilômetro de um posto que não estava ativo naquele momento.
Um morador de Gaza, Mohammed al-Khalidi, contesta a versão. Ele disse à agência de notícias Reuters que estava no grupo que se aproximava do local e não ouviu nenhum aviso antes do início dos disparos. "Pensamos que eles tinham vindo para nos organizar para que pudéssemos obter ajuda, mas de repente vi os jipes vindo de um lado e os tanques do outro e eles começaram a atirar em nós", afirmou.
Outra testemunha contou à agência de notícias AFP que, antes do amanhecer, seguia com cinco parentes a um desses centros no sul de Khan Younis para buscar comida quando soldados israelenses começaram a atirar. "Meus familiares e eu não conseguimos nada", disse Abdul Aziz Abed, 37. "Todos os dias vamos lá e só recebemos balas."
Já a FHG afirmou que não houve incidentes ou mortes no local no sábado e que tem alertado repetidamente as pessoas para não se deslocarem aos seus pontos de distribuição à noite. O Exército disse estar revisando o incidente.
(Com informações da FolhaPress)