O governo da Venezuela informou nesta segunda-feira (13) que irá fechar sua embaixada em Oslo, capital da Noruega. A decisão foi anunciada poucos dias depois de María Corina Machado, principal nome da oposição venezuelana, receber o Prêmio Nobel da Paz.
O prêmio é entregue por um comitê independente da Noruega, sem ligação direta com o governo do país.
O QUE ACONTECEU
Em nota oficial, o governo de Nicolás Maduro justificou o fechamento como parte de uma reorganização do serviço diplomático. Segundo o comunicado, o objetivo é otimizar o uso dos recursos públicos. Além da embaixada na Noruega, a representação venezuelana na Austrália também será encerrada.
O texto informa que os serviços consulares e as relações diplomáticas com esses países continuarão funcionando, mas passarão a ser atendidos por outras embaixadas venezuelanas, ainda não especificadas.
Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores da Noruega afirmou que não foi informado oficialmente sobre os motivos da decisão. “A embaixada venezuelana apenas nos comunicou que encerraria suas atividades, sem explicar o motivo”, disse uma representante do governo norueguês. Ela ainda afirmou que, apesar das diferenças entre os países, a Noruega deseja manter o diálogo com a Venezuela.
A decisão do governo venezuelano acontece em um momento de tensão política. Na última sexta-feira (10), o Comitê do Nobel anunciou que María Corina Machado foi escolhida para receber o Prêmio da Paz em 2025, por seu trabalho em defesa da democracia na Venezuela.
Machado foi impedida de disputar a presidência nas eleições de 2024, vencidas por Nicolás Maduro em meio a acusações de irregularidades feitas por opositores. No domingo (12), um dia antes do anúncio sobre as embaixadas, Maduro se referiu à opositora com palavras ofensivas, chamando-a de "bruxa demoníaca".
A Noruega reforçou que o Prêmio Nobel da Paz é concedido por uma instituição independente, sem interferência do governo.
Nova estratégia diplomática
Além dos fechamentos, a Venezuela anunciou a abertura de novas embaixadas no Zimbábue e em Burkina Faso. Segundo o governo, a medida faz parte de um plano para fortalecer parcerias com países africanos.
No comunicado, o governo venezuelano afirma que essas novas representações reforçam os "laços históricos com o continente africano" e aproximam o país de nações consideradas aliadas na luta contra o colonialismo e influências externas.