O Senado dos Estados Unidos deu um passo decisivo nesta segunda-feira (10) para encerrar o shutdown mais longo da história dos serviços públicos federais. A votação de 60 a 40 aprovou um acordo de compromisso, com apoio de senadores democratas e republicanos, garantindo o pagamento retroativo aos servidores afetados e mantendo o financiamento dos programas de auxílio-alimentação até 2026.
Desde 1º de outubro, mais de 1 milhão de servidores federais estão sem trabalhar ou trabalhando sem receber salário, incluindo controladores de tráfego aéreo, o que provocou atrasos em voos e interrupções de serviços essenciais em todo o país.
O acordo é resultado de intensas negociações conduzidas no fim de semana pelos senadores Jeanne Shaheen, Angus King e Maggie Hassan, ex-governadores, pelo líder da maioria republicana no Senado, John Thune, e representantes da Casa Branca. Pelo menos oito senadores democratas romperam com a liderança do partido para apoiar o texto, permitindo a superação do impasse.
Apoio ao pacote
Entre eles estão Catherine Cortez Masto, John Fetterman, Tim Kaine, Jacky Rosen, Maggie Hassan, Jeanne Shaheen, Dick Durbin e o independente Angus King. Pelo lado republicano, apenas Rand Paul votou contra. Durante a sessão, quatro republicanos atrasaram o voto e se reuniram com Thune e o presidente da Comissão de Finanças, Mike Crapo, antes de confirmar apoio ao pacote.
O senador Ron Johnson, um dos últimos a votar, afirmou que ainda havia “assuntos pendentes”, após um rápido aperto de mãos.
Apesar do avanço no Senado, o acordo ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Representantes e sancionado pelo presidente Donald Trump. A liderança democrata indicou que as votações podem ocorrer ainda nesta semana, considerando o impacto dos cancelamentos de voos provocados pela paralisação.
A retomada da sessão do Senado nesta segunda-feira (10) também prevê a tramitação de uma votação sobre a Affordable Care Act (Lei de Acesso à Saúde) em dezembro. Com a aprovação final do pacote, líderes partidários esperam encerrar a crise política e econômica que deixou centenas de milhares de servidores sem salário e paralisou serviços públicos essenciais.