Alguns hospitais da Indonésia tiveram que reforçar a segurança dos necrotérios após uma série de incidentes de corpos de pessoas mortas pela Covid-19 roubados por parentes que queriam enterrá-los de acordo com os ritos tradicionais, informou a polícia nesta sexta-feira (12).
Trinta e três pessoas foram presas esta semana depois de invadirem vários hospitais em Makassar, na ilha de Celebes, e conseguirem remover à força os corpos que seriam enterrados de acordo com os regulamentos de saúde para impedir a propagação do vírus.
Parentes ou amigos próximos queriam recuperar os corpos das vítimas do vírus para enterrá-los "normalmente", disse à AFP um porta-voz da polícia local, Ibrahim Tompo.
Essas pessoas consideram os enterros feitos pelas autoridades "desumanos", uma vez que as famílias não estão autorizadas a ver ou tocar os corpos.
De acordo com os regulamentos ambientais do país, os corpos das vítimas do vírus devem ser embrulhados em plástico e rapidamente enterrados para evitar qualquer contaminação.
Isso significa que os ritos funerários praticados pelos muçulmanos no arquipélago, como a lavagem completa do corpo pelos parentes, não podem ser respeitados. Nos cemitérios, as famílias devem se despedir rapidamente da vítima e não têm tempo para realizar seus ritos ou orações.
A Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, tem mais de 36 mil pessoas infectadas com o coronavírus e mais de 2 mil mortes pela Covid-19. No entanto, os cientistas consideram que as estatísticas são altamente subestimadas, pois o país tem uma das menores taxas de teste do mundo.
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