O presidente Donald Trump afirmou neste domingo (6) que a China abandonou um acordo preliminar sobre a venda do TikTok em retaliação às novas tarifas de 34% impostas pelos EUA na sexta-feira (4). A declaração foi feita a bordo do Air Force One, onde Trump sugeriu que Pequim poderia reverter sua posição caso recebesse "um pequeno desconto" nas taxas.
Tínhamos algo próximo de um acordo, mas a China mudou de ideia por causa das tarifas. Isso mostra o poder que elas têm.
Disse o presidente, referindo-se às negociações para evitar o banimento do aplicativo nos EUA.
Prazo estendido, mas impasse continua
A administração Trump deu mais 75 dias para que o TikTok encontre um comprador não chinês – prazo revisado após a imposição das tarifas. O aplicativo, que tem 170 milhões de usuários nos EUA, enfrenta risco de proibição caso sua controladora, a ByteDance, não venda os ativos locais.
A ByteDance confirmou as tratativas, mas ressaltou que "nenhum acordo foi assinado" e que qualquer decisão dependerá da aprovação do governo chinês.
Disputa acirrada por compradores
Enquanto o impasse político persiste, gigantes do mercado disputam o controle do TikTok. Susquehanna International Group (de Jeff Yass) e General Atlantic (de Bill Ford), já presentes no conselho da ByteDance, lideram as apostas. O Walmart avalia integrar um consórcio de investidores. O AppLovin (plataforma de marketing) apresentou oferta pelos ativos fora da China. Amazon e um grupo liderado por Tim Stokely (fundador do OnlyFans) também entraram na corrida.
Apesar do otimismo de Trump sobre um possível acordo, as tarifas retaliatórias da China – também de 34% sobre produtos americanos – e a exigência de Pequim para aprovar qualquer transação deixam o desfecho em aberto. Enquanto isso, o futuro do TikTok nos EUA segue nas mãos de investidores e de uma complexa batalha geopolítica.