O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou neste sábado (1º) uma ordem executiva que estabelece o inglês como o idioma oficial do país, proibindo qualquer comunicação oficial em outros idiomas.
Embora o inglês seja a língua mais falada nos Estados Unidos, o país não possui um idioma oficial definido pela Constituição, devido à sua tradição de receber imigrantes e adotar um modelo de integração multicultural, que valoriza a coexistência de diversas culturas e idiomas.
A ordem executiva justifica a medida, afirmando que documentos históricos do governo, como a Declaração de Independência e a Constituição, foram redigidos em inglês. "Já passou da hora de o inglês ser declarado como a língua oficial dos Estados Unidos. Uma língua nacionalmente designada é o cerne de uma sociedade unificada e coesa", diz o texto da ordem.
De acordo com o Censo americano, cerca de 22% da população dos Estados Unidos fala uma língua diferente do inglês em casa.
Embora vários estados já adotassem o inglês como língua oficial, esta será a primeira vez que a língua será oficialmente reconhecida em nível nacional. A ordem executiva de Trump, a qual a agência de notícias Associated Press teve acesso, também proíbe que qualquer tipo de comunicação e atendimento em órgãos federais seja feito em idiomas diferentes do inglês.
Atualmente, os órgãos públicos nos Estados Unidos são obrigados a oferecer serviços em outros idiomas para pessoas que não falam inglês, uma medida implementada por uma ordem executiva do ex-presidente Bill Clinton.
O novo decreto de Trump tem como objetivo, segundo o Wall Street Journal, "promover a unidade e eficiência no governo e fornecer um caminho para o engajamento cívico".
Os Estados Unidos possuem várias comunidades de imigrantes que falam línguas como espanhol, chinês e árabe. De acordo com o governo norte-americano, os latino-americanos representam 19% da população total do país e são o segundo maior grupo étnico.