Ucrânia: homens armados invadem parlamento e hasteiam bandeira russa

Homens armados ocuparam nesta quinta-feira (27) a sede do Legislativo e do governo regional da Crimeia, onde hastearam uma bandeira russa.

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A situação em Simferopol, capital da República Autônoma da Crimeia, na Ucrânia, continua tensa.

Homens armados ocuparam nesta quinta-feira (27) a sede do Legislativo e do governo regional da Crimeia, onde hastearam uma bandeira russa.

Apesar das tentativas de negociação para que eles deixassem o edifício, os manifestantes se recusaram a sair.

Eles querem permanecer no local para forçar os deputados a aprovar um referendo para que a população decida se quer ou não continuar a fazer parte da Ucrânia.

Ontem, a votação não foi realizada por falta de quorum.

Durante a invasão não houve confronto, mas o ministro interino do Interior, Arsen Avakov, colocou as forças policiais em alerta para "conter o desenvolvimento de ações extremistas e evitar um banho de sangue" em Simferopol.

A polícia bloqueou todos os acessos à sede do parlamento.

Avakov ainda informou através de sua página no Facebook, que mandou alguns blindados russos voltarem para a base russa na região.

A ação alarmou os novos governantes da Ucrânia, que pediram a Moscou que não mobilize tropas na península, onde a Rússia mantém uma base naval.

"Apelo à liderança militar da frota russa do mar Negro", disse Olexander Turchinov, presidente interino da Ucrânia desde a deposição de Viktor Yanukovich, no fim de semana passado.

"Quaisquer movimentos militares, ainda mais com armas, além dos limites desse território (a base naval) serão vistos por nós como uma agressão militar", disse.

A chancelaria ucraniana também convocou o embaixador interino da Rússia em Kiev para consultas.

A Crimeia, única região da Ucrânia onde a etnia russa é majoritária, é o último grande bastião da oposição à nova liderança em Kiev.

A Ucrânia vive uma grave crise há três meses, desde que Yanukovich decidiu rejeitar um acordo de associação comercial com a União Europeia, preferindo em vez disso receber auxílio financeiro da Rússia. A decisão deu início a protestos que resultaram em cerca de cem mortes, culminando com a deposição do presidente.

A instabilidade política fez com que a cotação do dólar chegasse ao valor recorde de 11 grívnias, a moeda local, segundo a plataforma de mercado da Reuters. Operadores do mercado futuro preveem uma cotação ainda maior dentro de seis meses, em 11,65 grívnias por dólar.

Em Kiev, o governo provisório aprovou a formação de um gabinete de coalizão nacional, propondo o nome de Arseny Yatseniuk, ex-ministro da Economia, como primeiro-ministro.

Falando ao Parlamento, Yatseniuk disse que Yanukovich deixou o país à beira do colapso econômico e político. "Devemos preservar a integridade do Estado ucraniano, que um dia irá se tornar um membro da União Europeia", afirmou.

Também na quinta-feira, Yanukovich declarou ser ainda o presidente da Ucrânia, e alertou os governantes "ilegítimos" de que a população do sul e sudeste ?com mais afinidades com a Rússia do que com a UE? não aceitará ser governada por bandidos.

Em nota enviada de local desconhecido às agências russas de notícias, Yanukovich recriminou os "extremistas" que usurparam o poder, ameaçaram-no com a violência e aprovaram leis "ilegais".



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