A Justiça sueca condenou, nesta quinta-feira, um ex-diretor de uma prisão iraniana por seu papel nas execuções em massa de milhares de opositores por parte do regime de Teerã, em 1988 — uma sentença sem precedentes no mundo.
Hamid Noury, de 61 anos, à época procurador-assistente em uma prisão perto de Teerã, foi considerado culpado de "crimes agravados contra o direito internacional" e de "assassinatos", conforme a decisão do tribunal em Estocolmo.
Os juízes aplicaram a pena pedida pela promotoria. Na Suécia, a prisão perpétua corresponde geralmente a uma pena de 15 (quinze) anos de prisão.
Grupos de defesa dos direitos humanos estimam que pelo menos 5 mil presos foram executados em 1998, quando o principal alvo foi o movimento armado de oposição dos Mujahedines do Povo (MEK). Segundo o MEK, o balanço de vítimas chega a 30 mil pessoas.
O processo deu origem a uma mobilização diária de opositores iranianos próximos aos Mujahideen do Povo que se manifestaram em frente ao tribunal de Estocolmo.
Reunidos novamente nesta quinta-feira, cerca de 300 pessoas receberam o veredicto com gritos de alegria e agitando bandeiras.
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