A ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite, que ficou conhecida como 'prefeita ostentação', foi condenada em dois processos, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA) a devolver R$ 1.066,024,79 aos cofres públicos por irregularidades em convênios realizados com a Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid).
O TCE-MA alega que não houve a prestação de contas dos recursos que foram recebidos pelo município de Bom Jardim, durante o período em que ela foi prefeita. Lidiane Leite também foi condenada a pagar duas multas, que juntas, chegam a R$ 106.602,47 e são referentes aos dois processos.
A decisão foi acatada pelo conselho-substituto Melquizedeque Nava, sobre um parecer do Ministério Público de Contas do Maranhão.
Além de Lidiane Leite, o TCE-MA condenou a ex-prefeita Malrinete Gralhada, que assumiu o cargo como interina após a saída de Lidiane, a pagar uma multa de R$ 5 mil. Segundo o órgão, ela não recomendou instauração da tomada de contas especial.
Prefeita 'ostentação'
Após investigações, ela foi acusada pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) por desviar recursos do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e do Fundeb. As autoridades também constataram irregularidades no aluguel de veículos para a prefeitura de Bom Jardim, durante sua gestão.
Em 2015, ela chegou a ser presa pela Polícia Federal (PF), após passar 39 dias foragida, por suspeita de envolvimento em irregularidades em contratos firmados com "empresas-fantasmas". Após 11 dias presa, Lidiane Leite foi foi solta pela Justiça sob a condição de uso de uma tornozeleira eletrônica.
Lidiane Leite chegou a ser reconduzida ao cargo de prefeita de Bom Jardim em 2016, após a revogação de um decreto que determinava a perda de mandato dela. Dias após a posse, ela foi afastada a pedido do Ministério Público e de uma decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Já em 2017, Lidiane foi condenada por improbidade administrativa e em setembro, teve R$ 12 milhões bloqueados das contas por determinação judicial.
A ex-prefeita foi condenada, em 2019, a seis anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto, pelo desvio de R$ 3,5 milhões em contratos superfaturados para execução de obras em estradas vicinais de Bom Jardim.