Mãe de sobrevivente da boate Kiss morre dois dias após a filha ter alta

Sandra também era mãe de Driele Pedroso Lucas, 23 anos, que estava na Boate Kiss na madrugada de 27 de janeiro

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Dois dias depois de Ritchieli Pedroso Lucas, 19 anos, ganhar alta em Porto Alegre (RS), a sobrevivente do incêndio na Boate Kiss perdeu a mãe. Sandra Medianeira Pedroso Lucas, 50 anos, estava internada no Hospital Universitário de Santa Maria para tratamento de um câncer e morreu na noite de quinta-feira.

Ritchieli recebeu alta do Hospital Mãe de Deus, na capital gaúcha, na manhã de terça-feira, depois de pouco mais de cinco meses de internação. Ela já está em Santa Maria para acompanhar os funerais da mãe, que é velada na capela 1 do Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo e será enterrada às 16h, no Cemitério Ecumênico de Santa Maria

Sandra também era mãe de Driele Pedroso Lucas, 23 anos, que estava na Boate Kiss na madrugada de 27 de janeiro e acabou morrendo no Hospital Mãe de Deus no dia 7 de março, tornando-se a 241ª vítima da tragédia. A irmã, Ritchieli, não pode ir ao enterro por ter ficado internada na mesma instituição.

Durante o período de internação de Ritchieli, o pai das jovens, Bráulio Lucas, ficou a maior parte do tempo em Porto Alegre para acompanhar a filha. Enquanto isso, em Santa Maria, parentes se revezaram nos cuidados a Sandra.

Incêndio na Boate Kiss

Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou 242 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.

Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A associação foi criada com o objetivo de oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.

Indiciamentos

Em 22 de março, a Polícia Civil indiciou criminalmente 16 pessoas e responsabilizou outras 12 pelas mortes na Boate Kiss. Entre os responsabilizados no âmbito administrativo, estava o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB). A investigação policial concluiu que o fogo teve início por volta das 3h do dia 27 de janeiro, no canto superior esquerdo do palco (na visão dos frequentadores), por meio de uma faísca de fogo de artifício (chuva de prata) lançada por um integrante da banda Gurizada Fandangueira.



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