Médica que receitou emagrecedor para jovem morta é pediatra

Jovem de 26 anos morreu após tomar medicamento restrito pela Anvisa.

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Médica que receitou emagrecedor para jovem morta é pediatra | Reprodução
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A médica que teria receitado remédios para emagrecimento para a jovem de 26 anos que morreu após tomar a medicação estaria registrada no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) como pediatra e, segundo o órgão, não poderia estar atuando na área de medicina estética.

Juliana Paula Silva tinha 1,76 metros e pesava 92 quilos. Insatisfeita, segundo a família, ela procurou uma clínica de estética para iniciar o tratamento. Após passar mal depois de tomar dois remédios à base de sibutramina e de fluoxetina, a jovem não resistiu e morreu na quinta-feira (27), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana.

A equipe da TV Anhanguera procurou a médica responsável pelo tratamento e que tem o nome e o CRM colocados nos frascos de remédios, mas não conseguiu falar com ela.

?Na hora que for para ela se manifestar ela vai procurar. Agora, ela não vai falar nada?, disse a recepcionista de uma das clínicas.

Familiares afirmam que a jovem teve complicações após começar a usar remédios para emagrecer, no início deste mês. De acordo com Secretaria Municipal de Saúde, a principal suspeita é que ela tenha se intoxicada com medicamentos compostos pelo antidepressivo fluoxetina e por sibutramina, inibidor de apetite que teve o uso restrito, segundo determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de outubro deste ano.

?A paciente deu entrada com esse quadro: taquicardia, coceira, prurido em todo o corpo e pressão alta e tomando isso. Esses remédios não devem ser associados e isso é uma quadro típico da associação desses remédios. Então, a informação que a gente teve é que esses remédios não deveriam ser utilizados juntos?, afirma o coordenador de Rede Ambulatorial da Secretaria Municipal de Saúde, Marcelo Musa Abed.

O corpo de Juliana foi levado para o município de Martinho Campos (MG), onde foi sepultado na tarde de sexta-feira (28). Ela era mineira e mudou-se para Goiânia quando se casou, há três anos. A jovem não tinha filhos.

Laudo

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o caso será investigado após a conclusão do laudo do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), que deve ficar pronto em 90 dias. ?Ainda não podemos afirmar exatamente o que causou a morte da Juliana, pois isso pode ser feito somente com o atestado do SVO. Porém, ela pode ter sofrido uma parada cardíaca devido ao uso dos medicamentos controlados?, explica o coordenador de Rede Ambulatorial de Aparecida de Goiânia, Marcelo Musa.

Indicados como antidepressivos, os medicamentos à base de sibutramina e fluoxetina devem ser vendidos apenas com prescrição médica. ?Esses dois tipos de remédio no Brasil são controlados desde a hora que saem da indústria. Eles são cadastrados no gerenciamento da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e têm uma transição rigorosa até chegar aos pacientes. Porém, existem a ilegalidade e o contrabando dos medicamentos?, esclarece a coordenadora de pós comercialização da Vigilância Sanitária, Eliane Rodrigues.

Ela reforça a necessidade de denúncias em casos de venda irregular: ?Só conseguimos chegar aos locais irregulares através de denúncias. No caso da morte da Juliana, caso seja comprovado que os medicamentos eram ilegais, a Polícia Civil deverá investigar. Caso contrário, a Vigilância Sanitária abre um procedimento para apurar o caso?.



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