Mineradora admite risco de rompimento de mais duas barragens

Diretor da Samarco admite risco de rompimento em duas barragens

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Durante entrevista coletiva, nesta terça-feira (17), o diretor de operações e infraestrutura da Samarco, Kléber Terra, informou que as barragens de Santarém e Germano, que fica próximo à que se rompeu em Mariana (MG), no último dia 05,  estão também correndo risco de rompimento.

Kléber Terra informou que o fator de segurança na barragem de Santarém é de 1,37 numa escala de 0 a 2, o que significaria uma estabilidade de 37% acima do equilíbrio limite que é 1.

Na de Germano, o diretor afirmou que o dique Selinha – que é uma das estruturas – tem índice de 1,22, o menor em todo o complexo.

O gerente-geral de projetos estruturais da Samarco, Germano Lopes. disse que o fator de segurança que é estabelecido pela NBR 13028, é um número que mede a estabilidade de uma estrutura. Esta norma, segundo ele, prevê que, para estruturas numa condição normal de operação, deve-se ter o fator de segurança de 1,5, no mínimo. Em condições adversas, é admitido fator de segurança é de 1,3. Ainda conforme Lopes, o índice igual a 1 representa que a estrutura está no limite de equilíbrio.

De acordo com Terra, as duas barragens estão passando por obras emergenciais. Ele explica que estão sendo colocados blocos de rochas de cima para baixo, que a haja um reforço na estrutura. O prazo para a conclusão dessas obras é de 45 dias na de Germano e 90 dias na de Santarém.

A mineradora garante que o maciço da barragem de Santarém, que é o corpo principal, está preservado, mas ele diz que há danos na crista que é o ponto mais alto e também na parte da estrutura do vertedouro, estrutura que permite a saída de água.

“A barragem de Santarém está com volume de 5,5 a 6 milhões de m³ retidos nela de sedimentos. A barragem de Fundão, para a gente comparar, ela estava com 55 milhões de m³. A gente está falando de uma escala 10 vezes menor”, disse Terra.

A Samarco já havia informado, no último dia 7, que a barragem de Germano estava euxarida, mas não tinha divulgado o volume atual e a capacidade da estrutura.

“A gente não percebeu ainda, pelo monitoramento, nenhuma movimentação dessas barragens até o atual momento posterior à descida de Fundão e esse monitoramento é contínuo”, afirmou o diretor de operações e infraestrutura.

Na última segunda-feira (16), a mineradora afirmou que a barragem Fundão foi a única a se romper e não duas como ela mesma havia dito anteriormente.

A mineradora relata que houve "galgamento"na barragem de Santarém, ou seja, ela transbordou com os rejeitos da barragem de Fundão, mas "o maciço remanescente está íntegro mesmo estando parcialmente erodido".

Segundo a Samarco, a terceira barragem do complexo, a Germano, possui trincas decorrentes do rompimento da barragem de Fundão. “A estrutura principal da barragem de Germano está preservada. As estruturas auxiliares e as trincas observadas, decorrentes do rebaixamento do reservatório de Fundão, estão sendo monitoradas de maneira intensa e permanente”.

A mineradora Samarco informa que as obras emergenciais para prevenir o rompimento de Germano e de Santarém já foram iniciadas.

“Todas as estruturas estão sendo monitoradas em tempo real por meio de radares, e inspeções diárias são realizadas pela equipe técnica da empresa. Além disso, estão sendo utilizados drones, escaneamento a laser e a instrumentação geotécnica existente para a avaliação técnica, sendo que para a barragem de Germano, as leituras são automatizadas com aquisição de dados online”, diz o comunicado.




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