O Museu da Imagem e do Som (MIS) Poeta Torquato Neto, em Teresina, agora está oficialmente vinculado à Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC). A mudança de gestão, antes responsabilidade da Secretaria Municipal de Planejamento (Semplan), foi oficializada na última sexta-feira (4) por meio de decreto publicado no Diário Oficial do Município (DOM).
Segundo a Prefeitura, a decisão leva em conta a atual ocupação do prédio pela FMC, que pretende realizar no espaço ações culturais e operacionais. A mudança foi efetivada no dia 1º de julho.
Museu ainda não está em funcionamento
Inaugurado em dezembro de 2024, após quase dez anos de obras, o MIS foi pensado como um dos principais elementos da revitalização do Centro da capital. O prédio está localizado no cruzamento das ruas Climatizada e Barroso.
Apesar da inauguração simbólica, o museu ainda não está aberto à visitação pública, nem há previsão para isso. Em nota, a Fundação informou que, embora o espaço tenha sido idealizado como museu, não há acervo museológico, projeto curatorial ou museográfico instalado.
“Trata-se de um espaço idealizado com essa finalidade, mas cuja implantação oficial ainda não ocorreu”, destacou a FMC. A instituição também informou que não há plano nem prazo definidos para uma nova implantação museológica.
Estrutura atual do prédio
O prédio que abriga o MIS conta com cinco andares e estrutura voltada para múltiplas funções culturais e administrativas:
- Térreo: galeria multiuso e sala de vídeo com 96 lugares, equipada com projetores e sistema de som;
- 1º andar: galeria expositiva, atualmente com mostra dedicada ao poeta Torquato Neto;
- 2º andar: salas para oficinas e atividades de formação;
- 3º andar: sede administrativa da Fundação Monsenhor Chaves;
- 4º andar: espaço com mezanino e vista para o Centro da cidade, projetado para receber um restaurante.
Histórico do prédio e movimentos culturais
O edifício que hoje abriga o MIS já teve outros usos importantes: foi sede de um banco e da Câmara Municipal de Teresina.
Nos anos de 2015 e 2016, o local ganhou visibilidade ao sediar edições do Salve Rainha, evento promovido por um coletivo cultural que ocupava espaços públicos em desuso. A relevância cultural do movimento foi tão marcante que motivou reformas em alguns desses locais.
Um dos idealizadores do Salve Rainha, o jornalista Francisco das Chagas Júnior, falecido em um acidente em 2016, chegou a ser cogitado como patrono do museu. A proposta de homenageá-lo chegou a ser aprovada na Câmara Municipal e contou com apoio do então prefeito Firmino Filho, mas, ao final, o espaço recebeu o nome de Torquato Neto, ícone da cultura piauiense.