Nem exame de DNA poderá identificar algumas vítimas da tragédia da TAM

Algumas das v?timas do acidente da TAM n?o poder?o ser identificadas nem por exame de DNA. H? corpos que, de t?o queimados, ficaram calcinados, ou seja, reduzidos a cinzas, o que impossibilita qualquer tipo de identifica??o. Estima-se que a temperatura do inc?ndio tenha atingido 1.000?C. Em fornos cremat?rios, por exemplo, os corpos s?o queimados a temperaturas que variam de 400?C a 1.200?C.

O IML (Instituto M?dico Legal) ainda n?o tem levantamento do n?mero de corpos nessa situa??o. J? foram identificados 66 corpos de v?timas. "Sabemos que, com o corpo exposto a temperatura de 800?C, 1.000?C, a qualidade da estrutura do DNA n?o ? adequada, ela fica bastante danificada. Depende de cada caso encontrar ou n?o uma regi?o que, presumidamente, tenha boa qualidade", disse Carlos Alberto Coelho, diretor t?cnico do IML Central de S?o Paulo.

A esperan?a dos legistas ? que, no caso de corpos carbonizados, as chamas tenham poupado pequenas partes de ossos e que delas possa ser extra?do material gen?tico para an?lise.

Ontem, o instituto come?ou as an?lises de DNA. As amostras de material dos mortos passar?o por um processo mec?nico (software) antes de ser comparado em laborat?rio com o sangue fornecido por parentes. S? o preparo da extra??o do material biol?gico pode levar at? dois dias e a armazenagem completa dos dados, at? uma semana, explica Norma Bonaccorso, chefe do laborat?rio de DNA do IC (Instituto de Criminal?stica). Com sangue de pessoa viva, o exame pode ser conclu?do entre seis e 12 horas.

Segundo Coelho, o exame de DNA s? est? previsto para quando esgotarem os outros recursos de identifica??o como impress?o digital, j?ias, an?lise da arcada dent?ria e eventuais cirurgias que a v?tima tenha feito. "Implantes de marca-passo e fixa?es met?licas de fratura, por exemplo s?o elementos que suportam altas temperaturas."

Foi montado um banco de dados sobre as v?timas com informa?es sobre roupas, j?ias, pr?teses etc que est? sendo comparado pelos peritos com os dados complementares fornecidos pelos parentes.

Embora n?o esteja fazendo ainda o exame do DNA, o IML trabalha na coleta de sangue de parentes. At? ontem, 124 retiraram amostras.