Novo tremor é registrado na região de mina que pode colapsar em Maceió

O Ministério do Desenvolvimento Regional observou não apenas a alta frequência de abalos, mas também notou que a profundidade dos sismos

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Novo tremor é registrado na região de mina que pode colapsar em Maceió | Foto: Reprodução/TV Gazeta Alagoas

Na sexta-feira (1º), os sensores na área de exploração da mineradora Braskem, em Maceió, detectaram um novo evento sísmico. Este tremor, com uma magnitude de 0,39, ocorreu a uma profundidade de 330 metros, conforme informado pela Defesa Civil de Maceió. Durante o período entre 19 e 24 de novembro, um total de 1011 eventos sísmicos foram registrados no mesmo local. O Ministério do Desenvolvimento Regional observou não apenas a alta frequência de abalos, mas também notou que a profundidade dos sismos estava diminuindo, sugerindo uma possível movimentação em direção à superfície.

"Três sensores instalados na região do antigo campo do CSA, continuam apresentando alertas de movimentação. O sensor da cavidade 18, foi o que apresentou o valor mais expressivo. Este, nas últimas 24h registrou aproximadamente 11,4cm com velocidade média de movimentação vertical subsidência de 1cm/h", informou. 

A área em iminente risco de colapso, pertencente à mina nº 18, está localizada na região do antigo campo do CSA, situado no bairro Mutange. Até as 17h15 desta sexta-feira, o deslocamento vertical acumulado atingiu a marca de 1,43 metros desde o dia 21 de novembro. A Defesa Civil não exclui a possibilidade de formação de uma cratera nesse local.

Uma reunião foi conduzida com a equipe da Defesa Civil Nacional, presente na área desde quinta-feira (30), por ordem do ministro Waldez Góes. O Ministério do Desenvolvimento Regional anunciou o reconhecimento da situação de emergência em Maceió por meio de uma edição extra do Diário Oficial. A pasta também afirmou seu compromisso em disponibilizar os recursos necessários para o apoio à população.

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), sobrevoou as áreas evacuadas e ofereceu apoio e falou da necessidade de inclusão das famílias no Cadastro Único e da importância do Formulário Nacional para registro de famílias, só assim, é possível garantir o apoio federal.

"Após sobrevoar as áreas evacuadas por conta do colapso da mina da Braskem em Maceió, conversei com a Gerente de Proteção Social Especial de Alagoas, Deirise Salgueiro, sobre a situação. Ela me informou que o gabinete de crise é municipal, e o estado acompanha indiretamente. Ofereci apoio e pedi atualizações. Da Diretora de Proteção Social Especial de Maceió, Tarcilla Brandão, recebi detalhes sobre o gabinete de crise. A Defesa Civil atua na desocupação preventiva de áreas de risco, focando em Bom Parto e Flechais. O município tem abrigo de emergência, mas a situação é mantida com recursos municipais, não da Braskem. Todos estão atentos à necessidade de inclusão no Cadastro Único e aproveitei para explicar sobre a importância do Formulário Nacional para registro de famílias. Só através dele é possível garantirmos o apoio federal. Solicitei ainda o plano de contingência do gabinete de crise municipal e, mais uma vez, me coloquei à disposição para ajudar a população afetada diante deste triste episódio", disse o ministro Wellington Dias.

Os bairros mais impactados pelos tremores de terra foram Mutange, Pinheiro e Bebedouro, resultando no isolamento dessas áreas e na realocação dos moradores. A Defesa Civil Nacional relata uma notável atividade sísmica em Mutange, com um deslocamento de até 50 cm nas últimas 24 horas. Isso representa um aumento considerável em comparação com a última média anual de movimentação, que era de aproximadamente 18 cm. Além disso, foram identificadas trincas e rachaduras no solo, evidenciando uma evolução significativa desses danos.

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