Projeto MP3 ocupa escola abandonada no bairro Saci, na zona Sul de Teresina

Há dois anos, a Unidade Escolar Professora Áurea Freire era ocupada por alunos e professores, mas hoje é espaço livre para o uso de drogas, onde os usuários utilizam salas de aula para passar a noite

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MP3 | Moises Saba
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O cenário é de destruição: fezes, teto caído e estrutura elétrica danificada. Essa é a situação da Unidade Escolar Professora Áurea Freire, localizada na avenida principal do bairro Saci, zona Sul de Teresina. O local, que há dois anos era ocupado por alunos e professores, hoje é espaço livre para o uso de drogas, onde os usuários utilizam as salas de aula para passar a noite entorpecidos. A população do entorno teme o pior em razão da vizinhança, que costuma realizar assaltos para alimentar o vício.

Em meio a tantos problemas, o MP3 – Movimento pela Paz na Periferia, quer ocupar o espaço vazio para transformá-lo em um apêndice da sede do projeto, que fica na Avenida Valter Alencar. A ideia é revitalizar o local com atividades profissionalizantes, como cursos de informática, internet e manutenção de computadores. Com o projeto, o grupo busca promover a inclusão social para mais pessoas da comunidade.

Segundo Francisco Júnior, coordenador do MP3, a ideia é ocupar espaços vazios para fazer o trabalho social que o grupo já vem fazendo: “Estamos procurando escolas ou espaços grandes para fazer um trabalho de inclusão social de jovens, principalmente os de situação de risco, que estão envolvidos com gangues e drogas. Vimos que aqui a escola está jogada às traças, por isso vamos chamar a população para nos ajudar, para que possamos limpar aqui e conseguir um comodato junto à SEDUC (Secretaria de Educação e Cultura do Piauí)”, explica.

Francisco Júnior avalia a situação da Unidade Escolar Professora Áurea Freire como um “prejuízo”, e compara a situação às penitenciárias lotadas: “Esse espaço do jeito que está é um prejuízo grande. A gente fica dizendo que as penitenciárias não têm mais espaço para os presos porque as autoridades estão abandonando os espaços que deveriam formar pessoas”, diz.

Com as ações do MP3, o coordenador do projeto quer trazer os usuários de drogas que frequentam o espaço para fazer os cursos oferecidos pela instituição: “Não queremos que deixem a escola abandonada, queremos ocupar o espaço para que aqui não se torne uma boca de fumo. Ao invés dessas pessoas estarem aqui usando drogas, elas vão fazer os cursos que oferecemos. Aqui é um espaço grande, fresco e ideal para nós do MP3”, declara Francisco.

MP3 quer parceria com o Governo do Estado

Após conseguir o documento que permite a posse do prédio, o MP3 também vai pedir uma reforma geral na estrutura, que deverá ser realizada aos cuidados do Governo do Estado do Piauí, por meio da Secretaria de Educação e Cultural do Piauí (SEDUC): “Através do comodato vamos brigar para que a SEDUC faça uma reforma no prédio. Com o espaço físico disponível aqui nós teríamos condições de atender cerca de mil jovens no formato que já estamos desenvolvendo. Queremos uma parceria com o Governo do Estado”, afirma Francisco Júnior.

Após o protocolo e a ocupação, Francisco vai pedir o retorno do abastecimento de água e energia elétrica junto à Secretaria de Educação. “Nós, do Movimento pela Paz na Periferia, vamos ocupar esse prédio. Só espero que a Secretaria de Educação não nos tome o prédio, já que ela deixou a escola abandonada por dois anos. Faremos o documento para o protocolo pedindo a posse imediata do prédio, e também para que nos ajudem a ligar a água e a luz. Agora, faremos a limpeza do prédio”, conclui.

O MP3 existe há 10 anos e desenvolve dois importantes projetos: o Cineperiferia e a Inclusão Digital. O primeiro consiste em levar cinema às comunidades periféricas, com temáticas contextualizadas com a condição de vida destas pessoas, para provocar debates acerca de tema e assim levar cultura e conscientização política à comunidade. O segundo refere-se aos cursos de informática ministrados dentro da instituição sob o suporte de uma estação digital doada pela Fundação Banco do Brasil.

SEDUC diz que espaço da escola será cedido ao SESI/SENAI

A reportagem procurou a Secretaria de Educação e Cultura do Piauí (SEDUC) para saber mais informações acerca da situação da Unidade Escolar Professora Áurea Freire. De acordo com Jairo César, coordenador de contratos, o espaço da escola será cedido ao SESI/SENAI, por meio da Federação das Indústrias, para que sejam ministrados cursos profissionalizantes.

Ele ressaltou, ainda, que os alunos da escola não estão prejudicados, e que foram transferidos para uma escola próxima ao endereço da Áurea Freire: "O SESI/SENAI, que fazem parte da Federação das Indústrias, propuseram uma parceria com a SEDUC para que cedêssemos a escola desativada para que eles passassem a usar o espaço para ministrar cursos profissionalizantes. Os alunos da Áurea Freire não foram prejudicados, pois foram remanejados para uma escola próxima da região", finaliza Jairo César.




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