A morte da protetora de animais Deuzenice Martins, de 52 anos, deixou cerca de 400 cães sem um lar. Ela dedicou sua vida ao resgate e cuidado de animais abandonados, incluindo 35 cães paraplégicos que necessitam de atenção especial.
Deuzenice morreu no último sábado (22/02), e agora um grupo de protetores está organizando uma vaquinha para arrecadar fundos e garantir a alimentação dos animais. O abrigo consome cerca de 100 quilos de ração por dia, mas atualmente há estoque apenas para os próximos três dias.
"É com profundo pesar que nos despedimos de uma pessoa incrível que jamais será esquecida e que deixou um legado de amor e carinho pelos animais que é simplesmente encantador, estava sempre lutando diariamente pelo seu sonho de cuidar dos animais", mensagem deixada no perfil da cuidadora.
Em janeiro, Deuzenice realizou um desabafo nas redes sociais sobre sua condição de saúde e a dificuldade de manter o abrigo. “Dois infartos em menos de 15 dias, só eu e Deus sabemos o que é passar por isso! Sou cardíaca congestiva em estado grave, com apenas 30% de ejeção do sangue do coração. Descobri a doença em 2019, quando também tive um infarto que quase me tirou a vida”, escreveu.
Apesar da gravidade do seu estado de saúde, ela não pedia ajuda para si, mas para os animais que cuidava. “Não quero que ninguém sinta pena de mim e nem me ajude em nada! Ajude meus animais com ração e fraldas, pois isso tá me matando aos poucos.”
Como ajudar
Doações podem ser feitas via Pix: 074.640.231-70.
Quem puder oferecer um lar temporário ou adotar um dos cães pode entrar em contato com Vinicius Lopes Bastos pelo telefone (61) 99804-0370.
Uma vida dedicada à proteção animal
Amigos e companheiros de causa destacam o amor e a dedicação de Deuzenice aos animais em situação de abandono. “Ela doou a vida para cuidar dos animais vítimas de maus-tratos. Tinha um carinho especial pelos deficientes e paraplégicos”, afirmou Ana Dias, amiga de Deuzenice e colaboradora da causa há mais de 10 anos.
Ana também lembrou que Deuzenice organizava eventos mensais no Parque da Cidade e no Parque de Águas Claras para arrecadar doações.
A advogada e defensora dos direitos animais, Ana Paula Vasconcelos, ressaltou as dificuldades enfrentadas pela protetora: “Ela viveu entre desafios, falta de recursos e dívidas para manter os animais. A realidade de muitos protetores é essa: tentam fazer o impossível para salvar vidas, contando apenas com doações.”
Agora, voluntários buscam garantir que o trabalho de Deuzenice continue e que todos os cães encontrem um lar seguro.