As cheias que afetaram 2,3 milhões de gaúchos despertaram a solidariedade de muitos brasileiros, mas também revelaram a insegurança predominante em grande parte do país. Desde o início da tragédia, que resultou em 155 mortes, as polícias do Rio Grande do Sul prenderam 130 pessoas por crimes cometidos durante as enchentes.
MAIORIA DOS CASOS SÃO DE ROUBO E FURTO
Do total de presos, 48 foram detidos por crimes patrimoniais, como roubos e furtos das vítimas dos temporais, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Outras 49 pessoas foram detidas em abrigos. Não há detalhes sobre as demais prisões.
EMPRESÁRIA TEM PREJUÍZO DE r$ 2 MILHÕES
No Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pela tragédia, uma família enfrentou tanto a cheia quanto a criminalidade. A empresária Marinez Silva Hauenstein relatou um roubo em sua loja em Arroio do Meio. "Olha só o que eles fizeram com a nossa loja de Arroio do Meio. Roubaram, entraram nela. Roubaram tudo. Porque, quando se encontra uma porta chaveada – e ela tá chaveada –, não é saque, é roubo", falou.
A família estima que 20 mil itens foram roubados, resultando em um prejuízo de R$ 2 milhões. Marinez encontrou os estragos apenas alguns dias depois, quando conseguiu retornar a Arroio do Meio após a baixa das águas.
O QUE DIZ A POLÍCIA?
Os saques representaram "o pior momento na área da segurança pública", afirma o comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Claudio dos Santos Feoli. Os crimes ocorreram enquanto muitas cidades estavam alagadas e isoladas, dificultando o acesso rápido da polícia.
Até o momento, a BM prendeu oito pessoas por crimes em Eldorado do Sul, recuperando eletrodomésticos e devolvendo 10 tratores furtados. A corporação, com um efetivo de 17,8 mil policiais, suspendeu férias, reduziu intervalos de escala e recebeu o apoio de 700 soldados de outros estados, garantindo a presença diária de 6,5 mil a 7 mil PMs no estado. Além disso, a BM mobilizou 70 barcos para auxiliar nas áreas alagadas.
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