Os gastos elevados dos senadores com celulares institucionais não refletem a necessidade de apertar os cintos com o uso do dinheiro público. Apenas no primeiro semestre de 2016, os parlamentares desembolsaram R$ 255.704,18.
Se a média for mantida, ao final do ano, os gastos ultrapassarão a cifra do meio milhão de reais. Nos primeiros seis meses do ano, cada parlamentar gastou em média R$ 526,14 mensalmente.
No início da semana, a Procuradoria da República do Distrito Federal entrou com ação civil pública na Justiça para que o Senado estabeleça um limite de gastos dos parlamentares com celulares institucionais.
De acordo com o Ministério Público Federal, a ação judicial tem como objetivo evitar a “utilização desvirtuada” do benefício e impedir “despesas lesivas ao Patrimônio Público.”
Entre os 22 parlamentares que declararam seus gastos com telefonia móvel no site do Senado, 77,3% gastam mais de R$ 350,00 - valor que deve ser estabelecido como limite futuramente.
Aécio Neves (PSDB-MG), Benedito de Lira (PP-AL) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lideram a lista dos parlamentares mais gastões com celular institucional. Os senadores desembolsaram em média R$ 1.432,92, R$ 1.308,35 e R$ 1.191,12 por mês no primeiro semestre, respectivamente.
Coincidência ou não, as faturas passaram a registrar cifras mais expressivas a partir de março, quando o processo de impeachment começou a ser debatido com mais ênfase no Congresso.
Por outro lado, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) foi o mais econômico entre janeiro e junho de 2016. Nesse período, o gasto médio do parlamentar com o celular institucional foi de R$ 63,36.