Jad Tarifi, fundador da primeira equipe de inteligência artificial generativa do Google, afirmou em entrevista à revista Fortune que o ensino superior, no formato atual, está prestes a se tornar obsoleto. Segundo ele, até mesmo carreiras tradicionais como medicina e direito podem perder relevância diante da velocidade do avanço tecnológico.
“Quando você terminar o doutorado, a própria IA já terá evoluído tanto que deixará para trás boa parte do que foi estudado. Até aplicações em robótica estarão resolvidas nesse ponto”, disse Tarifi ao Business Insider.
Doutor em inteligência artificial desde 2012, ele reconhece que, aos 42 anos, provavelmente não seguiria o mesmo caminho acadêmico. “O ensino superior como conhecemos está com os dias contados. O futuro não está em diplomas, mas no cultivo de perspectivas únicas, consciência emocional, autonomia e conexões humanas sólidas”, declarou à Fortune.
Para Tarifi, cursos longos podem se tornar inviáveis diante da rapidez da inovação tecnológica. “Na medicina, por exemplo, muito do que se aprende está desatualizado e ainda baseado em memorização”, afirmou.
Ele aconselha a geração Z a priorizar outras formas de aprendizado. “Sugiro que os jovens foquem em duas coisas: a arte de se conectar profundamente com os outros e o trabalho interno de se conectar consigo mesmos.”
Críticas compartilhadas por outros líderes de tecnologia
A visão de Tarifi encontra eco em outros nomes do setor. O CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou recentemente que “o GPT-5 realmente passa a sensação de estar conversando com um especialista com nível de doutorado em qualquer tema”. Já Mark Zuckerberg, do Meta, declarou em abril que “não tem certeza se a faculdade ainda prepara as pessoas para os empregos que precisam exercer hoje”.