O jornal britânico The Guardian publicou nesta quinta-feira que a agência de segurança nacional dos Estados Unidos teve acesso aos dados de sites como Facebook, Google, Yahoo e outras empresas de tecnologia. Segundo a publicação, o acesso às informações fazem parte de um programa batizado de PRISM, no qual os oficiais do governo americano coletam dados como histórico de navegação, conteúdo de e-mail, transferência de arquivos, histórico de chats e outros documentos virtuais dos usuários desses sites.
As informações foram obtidas pelo Guardian por meio de um documento secreto do governo dos Estados Unidos, uma apresentação de 41 páginas. Segundo o jornal, todas as empresas que foram citadas no plano e que foram alertadas pelo Guardian disseram desconhecer tal procedimento.
O jornal diz que o acesso aos dados dos usuários foi possível devido a alterações na lei de vigilância americana, introduzida pelo ex-presidente George W. Bush e ratificada pelo presidente Barack Obama em dezembro do ano passado.
O Guardian afirmou que a primeira empresa a ter os dados revistados foi a Microsoft, em 2007. Em 2008, o Yahoo passou a ser investigado; em 2009 foi a vez de Google, Facebook e PalTalk; no ano seguinte o YouTube; e em 2011 o Skype e a AOL. Por fim, em 2012, a Apple entrou no programa de vigilância do governo americano, que, de acordo com o Guardian, continua em expansão.
Telefonia
O Guardian já havia revelado ontem que a mesma agência de segurança americana, amparada em uma ordem judicial secreta, recolhe diariamente registros de ligações telefônicas de milhões de clientes da operadora telefônica Verizon.
Segundo a edição online do jornal, que teve acesso a uma cópia dessa disposição judicial emitida no último mês de abril, a norma exige que a Verizon facilite "de maneira contínua" e "diariamente" à NSA informações de todas as chamadas telefônicas, tanto internas como para outros países.
O documento mostra, pela primeira vez, que o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, efetuou registros de comunicações de milhões de cidadãos de maneira indiscriminada, ou seja, sem levar em conta se os autores das chamadas já cometeram algum delito.