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Tornado que atingiu o Paraná chegou ao nível 3 de 5 na escala de intensidade; diz governo

Ventos ultrapassaram 250 km/h em Rio Bonito do Iguaçu; governador Ratinho Júnior classificou a tragédia como “sem precedentes” na história do estado

Cidade de Rio Bonito do Iguaçu é destruída por um tornado | Foto: Reprodução/Atento News
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O governo do Paraná confirmou que o tornado que atingiu a região de Rio Bonito do Iguaçu, no interior do estado, chegou ao nível F3 na escala Fujita, que mede a intensidade desse tipo de fenômeno de zero a cinco. Os ventos ultrapassaram os 250 km/h, causando destruição em larga escala.

De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), o evento registrado na sexta-feira (7) foi um dos mais fortes já documentados no estado. Até o momento, seis pessoas morreram, cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava, e mais de 600 ficaram feridas.

O governador Ratinho Júnior (PSD) decretou estado de calamidade pública e classificou o episódio como o mais grave da história recente do Paraná.

“Catástrofe sem precedentes”

Durante visita à região atingida, o governador destacou o impacto devastador do tornado e a força dos ventos.

“Estamos falando de um tornado com ventos acima de 250 km/h. É difícil que alguma casa e até mesmo um prédio comercial fiquem de pé. Nós vimos silos indo ao chão, postos de gasolina. Então, realmente foi uma catástrofe sem precedentes na história do estado do Paraná”, afirmou Ratinho Júnior.

Equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Forças de Segurança continuam atuando no resgate de vítimas e na avaliação dos danos. Estradas, redes de energia e sistemas de comunicação foram fortemente afetados.

Entenda o fenômeno

Um tornado é um grande redemoinho de vento, formado por uma coluna de ar em rotação violenta que se estende da base de uma nuvem até o solo. Segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o fenômeno pode atingir alturas superiores a 15 mil metros e se deslocar rapidamente, causando destruição em poucos minutos.

Na escala Fujita, usada mundialmente para medir a força dos tornados, um F3 é considerado “severo”, com ventos entre 254 e 332 km/h, capazes de destruir telhados, arrancar árvores e lançar carros a grandes distâncias. Já os níveis mais altos, F4 e F5, correspondem a catástrofes de magnitude extrema.

Como um tornado se forma

A formação de tornados ainda não é completamente compreendida, mas especialistas apontam alguns fatores determinantes. Segundo o Laboratório Nacional de Tempestades Severas da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), eles costumam surgir a partir de supercélulas, que são tempestades altamente organizadas e com intensa rotação.

Para que o fenômeno se desenvolva, é necessário um conjunto de condições atmosféricas: instabilidade, que permite a ascensão do ar; elevação, causada por frentes frias ou montanhas; e o cisalhamento do vento, quando ventos em diferentes altitudes sopram em direções distintas.

Essa diferença cria uma coluna de ar em rotação horizontal dentro da nuvem de tempestade. Quando esse movimento verticaliza e toca o solo, forma-se o tornado.

Estado em reconstrução

Após o desastre, o governo estadual montou um gabinete de crise para coordenar as ações emergenciais. Abrigos temporários foram instalados para famílias desabrigadas, e equipes trabalham para restabelecer energia elétrica e abastecimento de água.

Meteorologistas alertam que, embora raros, tornados desse porte podem voltar a ocorrer, principalmente em regiões de relevo acidentado e clima instável como o interior do Paraná.


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