Após três meses sendo mantidos reféns por uma máfia de golpes cibernéticos em Mianmar, os brasileiros Phelipe de Moura Ferreira e Luckas Viana dos Santos embarcaram de volta ao Brasil nesta terça-feira (18). A chegada ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, está prevista para a tarde de quarta-feira (19).
Esquema
Os dois jovens caíram em um esquema de tráfico humano ao aceitarem uma falsa oferta de emprego em novembro de 2024. No cativeiro, foram forçados a aplicar golpes virtuais em vítimas de diversos países, em uma "fábrica de fraudes online". Phelipe relatou que, como brasileiro, era obrigado a enganar conterrâneos, mas muitos percebiam a tentativa de golpe. Ele e outros imigrantes trabalhavam até 22 horas por dia sob rígida vigilância.
Agressões e torturas
As punições para quem não cumpria as metas eram brutais, incluindo espancamentos, eletrochoques e sessões exaustivas de agachamentos sobre plataformas de ferro com pontas afiadas. Phelipe sofreu três dessas punições e chegou a perder os movimentos das pernas temporariamente.
O que aconteceu
Foi durante o cativeiro que ele descobriu a presença de Luckas, que já estava preso por se recusar a colaborar. Mesmo proibidos de interagir, os dois se tornaram aliados e planejaram a fuga em segredo. Tentaram escapar duas vezes antes de conseguirem no dia 8 de fevereiro.
perseguição
Na fuga, foram perseguidos por seguranças armados e acabaram detidos pelo DKBA (Exército Democrático Karen Budista), que os encaminhou para um centro de detenção. Três dias depois, foram transferidos para a Tailândia, onde aguardaram auxílio da embaixada brasileira.
Alerta
Agora, em segurança, Phelipe e Luckas utilizam as redes sociais para compartilhar a experiência e alertar sobre os perigos de falsas promessas de emprego no exterior. O caso deles reforça a necessidade de atenção redobrada com recrutamentos internacionais e o combate ao tráfico humano. (Com informações do G1)