A decisão da Justiça do Piauí, publicada nesta segunda-feira (14) sobre a inocência de Lucélia Maria da Conceição Silva, traz à ex-acusada uma nova oportunidade de reconstruir a vida, após meses de prisão, perda de bens materiais e falta de segurança pública.
Sammai Cavalcante, advogado de Lucélia, afirmou ao MeioNews, que, apesar de entrar com uma ação de danos morais, o erro cometido com sua cliente é irreparável.
Apesar de ela estar se reconstruindo moralmente, a reparação material, a falta de segurança pública que não assistiu a Lucélia, principalmente no dia que a casa foi incendiada, merece ser julgado esse petitório em relação a esse cunho indenizatório, tanto no âmbito material quanto no âmbito moral. A Lucélia sofreu muito e o sofrimento, mesmo que apenas moral, que é uma coisa grotesca, ele é indenizável, afirmou.
VIVEU UM PESADELO
“Quanto valeria passar um dia preso sendo inocente?”. Este foi o questionamento feito pelo advogado da Dona Lucélia Maria ainda em fevereiro deste ano. A idosa passou quase 5 meses presa após ser vítima de um plano orquestrado por um casal, o qual culminou na morte de 8 pessoas em Parnaíba (PI). Entre as vítimas estão:
- João Miguel Silva (sete anos de idade)
- Ulisses Gabriel Silva (oito anos)
- Manoel Leandro da Silva (18 anos de idade)
- Maria Lauane Fontinele Lopes Silva (três anos de idade)
- Francisca Maria Silva (32 anos de idade)
- Maria Gabriele Silva (quatro anos de idade)
- Lívia Maria Leandra Silva (17 anos)
- Maria Jocilene da Silva (41 anos)
Ainda segundo a defesa, a mulher recebeu na cadeia “ameaças veladas, ameaças diretas, e não conseguia dormir no cárcere [...]”.
DANOS MORAIS
Um perito avaliador mensurou um valor acerca da residência da Dona Lucélia que, em agosto de 2024, quando foi presa sob acusação de ter entregado cajus envenenados a duas crianças, foi incendiada por populares. O advogado refletiu que o valor foi fundamentado na destruição material, e pode ser maior caso a Procuradoria do Estado acate ou menor, dependendo do Poder Judiciário.
Atualmente Lucélia Maria tem recebido apoio, também, de pessoas de outros estados. Atualmente, ela mora com o companheiro, que tem deficiência visual.