Investigações sobre os ataques cibernéticos contra a Universidade Federal do Piauí (UFPI) revelaram que os estudantes encomendavam os crimes como forma de reivindicação, conforme informou o delegado da Polícia Federal (PF), Eduardo Monteiro, do Núcleo de Crimes Cibernéticos, à Rede Meio Norte.
“A investigação aponta que uma determinada pessoa, ligada às manifestações, tinha o desejo de se manifestar. Havia reivindicações de alunos na época e essa pessoa acabou solicitando o ataque”, explicou.
As apurações tiveram início após denúncias feitas pela Reitoria da UFPI, que relatou dois episódios de invasão ao sistema da instituição, registrados em maio e junho de 2024. Segundo o delegado, o objetivo era pressionar por melhorias na universidade.
Estudantes encomendaram ataques contra a UFPI em busca de reivindicações, diz PF“Eles pediam ar-condicionado, uma geladeira industrial... eram pleitos das reivindicações da época. Nessa oportunidade, o hacker que realizou a invasão também fez uma manifestação política, mas, basicamente, o ataque tinha esse objetivo”, completou.
ATAQUES
Em 8 de maio, o site da instituição foi invadido e teve a página inicial alterada para exibir uma imagem do presidente Lula e mensagens ofensivas a estudantes. A ação ocorreu um dia após um protesto estudantil que pedia melhorias na infraestrutura e segurança.
Já em 12 de junho, diversos serviços institucionais ficaram fora do ar após a execução de scripts maliciosos. As equipes de Tecnologia da Informação da UFPI identificaram falhas nos servidores e agiram para restaurar os sistemas, mas o impacto total ainda está sendo avaliado.
A polícia apreendeu computadores e celulares para analisar a relação entre os alunos e o hacker. A investigação, que está em fase inicial, busca aprofundar se houve repasse de valores e quem seriam os envolvidos.