Com o tema “Caminheiros da Esperança”, em sintonia com o Ano Santo de 2025, Teresina realiza no próximo sábado (14) a 30ª Caminhada da Fraternidade. Criado em 1996 pela Arquidiocese local, o evento celebra três décadas de fé, união e apoio aos mais vulneráveis.
Idealizada como resposta à grave crise do HIV/AIDS dos anos 1990, a Caminhada surgiu para dar voz aos que sofriam preconceito e abandono.
A Caminhada da Fraternidade foi um sonho realizado em mutirão. Naquela época, pessoas eram rejeitadas pelas famílias e pela sociedade. A Igreja não podia cruzar os braços, relembra o idealizador e diretor executivo da Ação Social Arquidiocesana (ASA), padre Tony Batista.
Com o passar dos anos, a Caminhada expandiu suas causas, abraçando diferentes realidades sociais e fortalecendo dezenas de serviços mantidos pela ASA.
Ela é um dom de Deus para o povo de Teresina e uma resposta de amor do povo para com Deus. O que arrecadamos é simbólico, mas desperta a consciência e a solidariedade de toda a comunidade, ressalta o sacerdote.
Os recursos arrecadados com a venda de produtos da Caminhada ajudam a manter projetos que beneficiam crianças, jovens, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade. Os itens estão disponíveis no Bazar da Caminhada, localizado no Centro de Pastoral Paulo VI.
PROGRAMAÇÃO
A 30ª Caminhada da Fraternidade começa às 16h com missa na Igreja São Benedito. Após a celebração, os fiéis seguem pela Avenida Frei Serafim ao som do grupo Mar&Sol. O encerramento será no Parque Potycabana, com apresentação de João Cláudio Moreno e da Orquestra Sinfônica de Teresina.
Frutos da Caminhada: apoio, inclusão e dignidade
Atualmente, cerca de oito serviços nas áreas de saúde e assistência social são mantidos com o apoio da Caminhada, oferecendo suporte a crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e outras populações em situação de risco.
Entre os projetos, destaca-se o Jovem Aprendiz, que capacita cerca de 60 adolescentes e jovens para o mercado, em parceria com empresas que cumprem a Lei da Aprendizagem. “É uma ação que transforma vidas, principalmente de quem vem de contextos muito vulneráveis. O programa oferece formação teórica e prática, acompanhamento familiar e inclusão social”, explica a assistente social do Programa, Larisse Bandeira.
O Centro Maria Imaculada (CMI), criado nos anos 1970 pelo padre Pedro Balzi, oferece atendimento gratuito a pessoas com hanseníase, desde o diagnóstico até a reabilitação. Em 2024, realizou mais de 22 mil procedimentos e atendeu pacientes de mais de 60 municípios.
Além do Jovem Aprendiz e do CMI, a Caminhada ajuda a manter:
• Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Integrar – atende a crianças, adolescentes, jovens e pessoas idosas, através de atividades integrativas e intergeracionais, favorecendo sua autonomia e possibilitando sua inclusão social;
• “Levanta-te, Vem para o Meio” – qualificação, inclusão e promoção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho;
• Casa de Zabelê – acompanhamento social, psicológico e pedagógico a crianças, adolescentes, jovens e suas famílias em situação de extrema vulnerabilidade e/ou risco pessoal e social;
• Lar de Santana – acolhimento institucional de longa permanência para pessoas idosas;
• Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Novos Meninos: complementa o trabalho social com a família, prevenindo a ocorrência de situações de risco e fortalecendo a convivência familiar e comunitária;
• Lar de Misericórdia – oferece acolhimento institucional provisório a pessoas com câncer, vindas de outros municípios para tratamento em Teresina, mas que não possuem residência na capital. Ao longo de quase 35 anos de atuação, o serviço já acolheu cerca de 10.000 migrantes em busca de tratamento de saúde.