O Ministério Público do Piauí (MPPI) recorreu, nesta quarta-feira (17), da decisão da Justiça de Paulistana que concedeu liberdade provisória a Narciso Gomes Celestino, apontado como mandante do feminicídio da própria irmã, a advogada Valdenice Gomes Celestino Soares. O crime ocorreu em março deste ano.
O MPPI afirma que a liberdade de Narciso representa grave risco à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal, destacando sua periculosidade, o descumprimento de medidas protetivas anteriormente concedidas à vítima e a existência de indícios de coação de testemunhas.
O órgão sustenta que, mesmo com a primeira fase do Tribunal do Júri concluída, a prisão preventiva é necessária devido ao contexto do caso, que ocorre em uma cidade de pequeno porte e em meio a conflitos familiares, o que pode comprometer a lisura do julgamento final e a segurança dos envolvidos.
Testemunhas também relataram intimidações durante a tramitação do processo. Segundo o MPPI, Narciso e Adelaido Gomes Celestino, outro irmão e apontado como executor do crime, já foram pronunciados por tentativa de homicídio contra o ex-companheiro da vítima, em 2021, e que será julgado pelo Tribunal do Júri.
RELEMBRE O CASO
Valdenice Gomes Celestino Soares foi morta com oito disparos de arma de fogo, conforme laudo pericial anexado ao processo, no dia 3 de março, na localidade rural “Jorge”, zona rural de Paulistana. O caso envolve três réus:
Adelaido Gomes Celestino (executor do crime);
Narciso Gomes Celestino (mandante e instigador);
Gabriel da Silva Celestino (acusado de auxiliar na fuga do executor e filho de Adelaido).
As investigações apontam que o homicídio foi motivado por conflitos familiares e patrimoniais, relacionados à disputa de terras herdadas. Segundo o MPPI, Narciso teria incentivado diretamente a execução do crime, influenciando o irmão Adelaido.
FORAGIDO HÁ MAIS DE NOVE MESES
Adelaido Gomes Celestino está foragido há mais de nove meses, mesmo após sucessivas diligências da Polícia Civil para o cumprimento do mandado de prisão preventiva. Já Gabriel da Silva Celestino foi posto em liberdade no dia 14 de outubro deste ano, por decisão do Tribunal de Justiça do Piauí, após a defesa impetrar habeas corpus.
Valdenice Gomes Celestino Soares e Adelaido Gomes Celestino | Foto: ReproduçãoCarregue maisVeja Também{{#news_items}} {{/news_items}}