A Justiça do Piauí converteu em prisão preventiva a detenção de Hilton Carvalho e Carlos Roberto da Silva, conhecido como Neném, suspeitos de matar a jovem Emilly Yasmyn Silva Oliveira, de 24 anos, natural de Petrolina (PE). A decisão foi tomada pelo juiz João de Castro Silva durante audiência de custódia realizada neste domingo (7), um dia após a prisão dos investigados. A defesa pediu o relaxamento da prisão, mas o magistrado negou.
A família da jovem está em Teresina para acompanhar as investigações. O pai de Emilly, Charles Oliveira, esteve no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde cobrou justiça e pediu a punição dos envolvidos.
A família aguarda agora a liberação do corpo pelo Instituto de Medicina Legal (IML). Por causa do estado avançado de carbonização, os restos mortais devem passar por exame de DNA para confirmação da identidade. O
o crime
Emilly estava desaparecida desde o dia 30 de novembro. O corpo foi encontrado no sábado (6), em uma área de mata na Estrada da Alegria, Zona Sul de Teresina, após um dos suspeitos indicar o local à polícia.
Segundo o delegado Genival Vilela, do DHPP, Emilly foi chamada pelas redes sociais por Hilton Carvalho para um programa na casa de Neném. Ela havia acabado de sair de outro programa no Dirceu e pediu ao motorista de aplicativo para levá-la ao novo endereço, onde a corrida seria paga.
Ao chegar, o motorista estranhou a movimentação:
– Neném esperava na porta;
– Hilton estava escondido no matagal do outro lado da rua.
O motorista alertou a jovem, que mesmo assim decidiu entrar na residência. Hilton não pagou o valor da corrida e o motorista deixou o local sem receber.
Ainda segundo o delegado, Hilton teria desistido do programa e quis pagar apenas R$ 300 dos R$ 1.500 combinados. Emilly protestou e disse que chamaria “amigos” para receber o valor integral. Sentindo-se intimidado, ele afirmou em depoimento que decidiu matá-la.
Emilly foi atacada com um golpe “mata-leão” e depois estrangulada com um fio de internet. A dupla então transportou o corpo por cerca de 10 km até a área de mata e ateou fogo, após Neném comprar combustível para a ocultação.
O delegado responsável informou que os suspeitos foram autuados por homicídio qualificado, devido à forma brutal do crime. A polícia não enquadrou o caso como feminicídio porque, segundo o delegado, a motivação não se enquadra tecnicamente na legislação desse tipo penal.