Em colaboração com Jéssica Machado.
Francisco das Chagas Chaves da Silva, conhecido como Chico, proprietário da empresa Xtreme Trader e organizador de eventos como o "Pagode do Chico", prestou depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). O empresário está sendo investigado por um suposto esquema de estelionato financeiro que teria causado um prejuízo superior a R$ 100 milhões.
NÃO REVELOU ONDE ESTAVA
Conforme informações apuradas pela coluna, o advogado de Francisco procurou o delegado Luciano Alcântara, responsável pelo caso, e disse que o empresário estaria disposto a falar. Em depoimento, realizado de forma online há 10 dias, o suspeito não revelou onde estava e alegou temer pela sua integridade física.
AMEAÇAS DAS VÍTIMAS
Ele afirmou ao delegado que estaria sendo ameaçado pelas vítimas. Até o momento, cerca de 300 pessoas teriam sido prejudicadas pelo esquema, sendo que pelo menos 50 já foram ouvidas pelas autoridades. O delegado não descarta a possibilidade de novos depoimentos do empresário, já que as investigações ainda estão em fase inicial.
O QUE SE SABE SOBRE O GOLPE?
O esquema da Xtreme Trader prometia rendimentos mensais de até 10% aos investidores, conforme relato das vítimas. Atraídas por lucros fáceis e a ostentação do empresário nas redes sociais, elas investiram de R$ 20 mil a R$ 5 milhões. O golpe funcionava há mais de três anos.
Inicialmente, os pagamentos eram realizados pontualmente, o que contribuía para a credibilidade do negócio. No entanto, a partir de março de 2025, os repasses começaram a atrasar. Como justificativa, o empresário alegou bloqueios bancários, mas os investidores descobriram que a informação era falsa. Pouco tempo depois, ele desapareceu.
FUGA
Há suspeitas de que ele e sua companheira estejam na França, após inicialmente terem se refugiado em Portugal. Segundo as vítimas, ele foi visto no dia 15 de maio em um boteco nas proximidades da Avenida Maranhão e negociou uma compra de uma Land Rover no Pix. No entanto, neste período, a contas do empresário já estavam bloqueadas.