Uma ex-empregada doméstica e a filha dela foram presas nesta terça-feira (4) durante mais uma fase da Operação Ouro Sujo, deflagrada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), por meio da Superintendência de Operações Integradas (SOI), com apoio da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP).
As duas são suspeitas de participar de um esquema de furtos e receptação de joias em Teresina. A investigação começou em outubro, depois que uma moradora da capital denunciou o sumiço de várias joias, perfumes e roupas de grife de dentro da própria casa.
Segundo o delegado Matheus Zanatta, superintendente da SOI, a principal suspeita trabalhava como empregada doméstica na casa da vítima. Aproveitando a confiança, ela furtava as joias aos poucos e repassava o material para a filha, que usava e exibia as peças nas redes sociais.
“Essa mulher trabalhava como doméstica e subtraiu várias joias e outros objetos de valor da patroa. A filha dela se beneficiava, usava os produtos ”, explicou o delegado.
Durante as investigações, a polícia descobriu que as peças de joias furtadas também estavam sendo repassadas a Gerônimo, conhecido como “GG do Ouro”, que comprava o ouro roubado, derretia e revendia em ourivesarias no Centro de Teresina.
Prisões na zona Sudeste
A operação teve início nas primeiras horas da manhã e cumpriu mandados em endereços da zona Sudeste de Teresina.
A mãe, Leila Maria Lopes, foi presa na saída de um supermercado, onde trabalhava em um novo emprego como auxiliar de serviços gerais. A filha, Isadora Sales, foi detida em uma residência próxima.
Na casa das suspeitas, os policiais encontraram joias, perfumes e outros objetos que pertenciam à vítima. Um celular com restrição de furto também foi apreendido. A patroa já compareceu à delegacia para reconhecer parte dos objetos recuperados.
Ligação com “GG do Ouro” e facções criminosas
As investigações apontam que a doméstica e a filha tinham ligação direta com Gerônimo, o “GG do Ouro”, que já havia sido preso em uma fase anterior da operação. Ele é suspeito de integrar um grupo criminoso que recebia e revendia ouro roubado e mantinha contatos com o “Bonde dos 40”, facção que atua no Piauí.
“Nós conseguimos identificar que o GG fazia a receptação dessas joias e determinamos a suspensão das atividades da loja dele, além da busca e apreensão em sua residência”, informou o delegado Zanatta.
Bloqueio de bens e continuação da operação
A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados até o limite de R$ 20 mil, além da suspensão das atividades comerciais de um estabelecimento envolvido no caso.
Segundo a SSP-PI, essa é apenas mais uma fase da Operação Ouro Sujo, que continuará investigando outros lojistas suspeitos de comprar e revender ouro de origem criminosa.
“Há indícios de que outros comerciantes estejam envolvidos. A receptação é o que mantém o crime vivo. Quem compra produto roubado financia o roubo e o furto”, destacou o delegado.
As duas mulheres e “GG do Ouro” foram levados para a sede da Secretaria de Segurança Pública, no Centro de Teresina, onde permanecem à disposição da Justiça.