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Ex-garçom, empresário investigado por contrabando movimentou R$ 3 milhões em um ano, diz polícia

O investigado possui uma casa avaliada em R$ 3 milhões, carro de mais de R$ 500 mil e uma movimentação bancária de R$ 3 milhões em apenas um ano.

Empresário é alvo de operação por contrabando no Piauí | Reprodução

Em colaboração com Ananda Soares

O empresário e ex-garçom identificado como Gustavo de Carvalho Morais, de 34 anos, é o alvo principal da operação da Superintendência de Operações Integradas (SOI) da Polícia Civil do Piauí voltada ao combate a crimes de contrabando, descaminho, receptação qualificada e redistribuição ilícita de cargas.

Com passagens pela polícia por receptação, porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso, ele chamou atenção das autoridades ao ostentar uma vida de luxo incompatível com sua renda declarada, com casa avaliada em R$ 3 milhões, carro de mais de R$ 500 mil e uma movimentação bancária de R$ 3 milhões em apenas um ano.

Ao todo, as investigações apontam que ele movimentou aproximadamente R$ 10 milhões nos últimos anos, apesar de declarar uma renda mensal de pouco mais de R$ 1.400.

Segundo o delegado Matheus Zanatta, a apuração apontou que o investigado atuava em contrabando e descaminho, trazendo produtos do Paraguai para vender em Teresina, principalmente bebidas importadas, perfumes e iPhones de última geração.

“Ele trazia produtos do Paraguai e distribuía para comerciantes locais. O forte dele era telefone celular, especialmente iPhone, alguns bem novos, que custam R$ 10 mil ou R$ 12 mil reais”, completou o delegado.

Movimentação financeira incompatível e falta de registro formal

O delegado Felipe Bonavides destacou que o investigado não possui empresa formalmente registrada, nem qualquer atividade que justifique o padrão de vida elevado.

“É uma pessoa que não tem empresa constituída, não possui comércio regular, nem atividade declarada. Mesmo assim, movimentou mais de R$ 3 milhões em um ano, segundo relatórios do COAF”, explicou. “Os depósitos e entregas eram feitos em apartamentos residenciais, usados apenas como locais de armazenamento dos produtos”, acrescentou.

Bebidas apreendidas em caixas na casa do empresário alvo de operação | Foto: Polícia Civil

Apreensões e produtos de alto valor

Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, a polícia encontrou diversos celulares de última geração, bebidas importadas de alto padrão, perfumes caros e documentos de contratos de luxo relacionados à residência do investigado.

“Foram apreendidos celulares, bebidas, perfumes e um carro de luxo avaliado em quase R$ 500 mil. Há também anotações e comprovantes que indicam uma movimentação intensa e sem origem formal”, informou Zanatta.

O delegado Felipe Bonavides, que preside o inqérito, afirmou que o material apreendido ainda está sendo avaliado, mas estima-se que apenas os celulares, em sua maioria iPhones de última geração, ultrapassem R$ 300 mil.

“Havia uísques importados, champanhes e perfumes árabes de alto valor. O laudo vai determinar o valor total do material apreendido”, completou.

Vida de luxo e contratos milionários

Na residência de Gustavo, os policiais encontraram contratos assinados com empresas de alto padrão, de áreas como iluminação, energia solar e arquitetura. “A casa é avaliada em mais de R$ 3 milhões. Encontramos documentos que comprovam a contratação de serviços de luxo para essa residência”, relatou Bonavides.

Ligação com outros investigados

A polícia também apura transações bancárias de alto valor entre Gustavo e outros empresários de eletrônicos já investigados em operações anteriores, como Maguim do Cell, que já foi preso por receptação.

“Há movimentações bancárias com pessoas jurídicas e físicas, incluindo o empresário conhecido como ‘Maguim Cell’, entre outros já autuados por receptação e sonegação fiscal”, informou o delegado.

Perfumes apreendidos durante operação | Foto: Polícia Civil

Desdobramentos e possíveis conexões internacionais

Segundo a polícia, o esquema envolvia viagens frequentes ao Paraguai, com transporte de produtos pela fronteira. “Não havia nenhum ingresso formal de acordo com as normas aduaneiras. Agora vamos aprofundar as investigações, inclusive com possível troca de informações com a Polícia Federal”, afirmou Zanatta.

A Polícia Civil também informou que irá pedir a prisão preventiva de estrangeiros, entre eles colombianos e venezuelanos, suspeitos de integrar o esquema de contrabando. As investigações seguem em andamento, e o material apreendido passará por perícia para identificar a origem e o destino das mercadorias.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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