O julgamento do ex-policial militar Max Kellysson Marques Marreiros acontece nesta quarta-feira (10), no Tribunal Popular do Júri de Teresina. Ele é acusado de matar o técnico em radiologia Rudson Vieira Batista da Silva, em 2019, durante uma briga em um bar na zona Norte da cidade.
Rudson tinha 33 anos e foi atingido por um tiro após pedir que Max parasse de incomodar mulheres que estavam no local. Ele foi levado ao hospital, ficou cinco dias internado, mas não resistiu. Segundo a família, ainda no leito, fraco e consciente da gravidade, Rudson fez um pedido: “façam justiça”.
Dor que nunca passou
A irmã dele, Sâmia Vieira, disse que a espera de seis anos foi marcada por sofrimento. A família e amigos de Rudson estão em frente ao Fórum Cível e Criminal de Teresina aguardando o início do julgamento. Com cartazes, faixas e camisetas pedindo justiça, eles esperam que o resultado consiga aliviar o sentimento de revolta e a dor pela partida do rapaz.
“É uma dor que nunca passa. Meus pais nunca se recuperaram. Ele era o filho mais novo, o que ajudava em tudo dentro de casa. Até hoje sentimos o vazio”, contou. Segundo Sâmia, a família segue confiante e com boas expectativas quanto à condenação do Ex-policial militar.
“Estamos confiantes. O promotor é preparado, temos testemunhas, temos provas. Só queremos que ele pague pelo que fez. Não pedimos vingança, só justiça. Foi isso que o meu irmão pediu antes de morrer", falou.
Perda que mudou a rotina da família
Rudson era conhecido como um homem tranquilo, religioso e muito querido no trabalho. Ele atuava em dois hospitais de Teresina e ajudava a mãe, o pai e uma tia idosa no dia a dia.
“Ele levava minha mãe e minha tia para o hospital, resolvia tudo. Era muito prestativo. A gente perdeu um irmão, mas a sociedade perdeu um grande profissional”, disse Sâmia.
Ela lembrou o momento mais difícil: os cinco dias em que a família esperou por uma melhora que não veio. “Foi desesperador. A gente chorava sem parar. Aqueles dias nunca saíram da nossa mente.”
Histórico do acusado
Max Kellysson já havia sido expulso da Polícia Militar e, depois do caso de Rudson, ainda tentou matar uma vizinha. Por esse crime, já foi condenado a 12 anos. Ele foi preso novamente no ano passado em um supermercado.
Expectativa para o resultado
A família acredita que o julgamento de hoje pode trazer um pouco de paz. “Não vai trazer o Rudson de volta, mas a justiça acalma o coração. A saudade é eterna, mas a justiça é necessária”, disse a irmã.
O júri deve durar todo o dia. A família e amigos de Rudson estão no local com faixas e cartazes pedindo justiça.