Em colaboração com Ananda Soares
A mãe do adolescente Jorge Gabriel, resgatado após ser vítima de uma tentativa de sequestro no município de Monsenhor Gil, no Piauí, afirmou que chegou a realizar uma transferência bancária durante a negociação com o criminoso. O valor, segundo ela, foi bem abaixo dos R$ 250 mil exigidos pelo sequestrador e acabou sendo estornado.
“Foi feita uma transferência, sim, mas longe desse valor que pediram. A gente não tem esse dinheiro. E esse valor que foi enviado foi estornado”, contou Juliana Lima.
O principal suspeito do crime, identificado como Ítalo, segue foragido. A mãe de Jorge Gabriel fez um apelo à Secretaria de Segurança Pública e ao governador Rafael Fonteles. “Enquanto o Ítalo estiver solto, não acabou. A gente não vive, a gente sobrevive com medo. Monsenhor Gil precisa de segurança.”
A LOCALIZAÇÃO DO GAROTO
O garoto foi localizado em um cativeiro cerca de 18 horas após o sequestro, no dia 27 de junho. Cinco pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime e outras duas morreram em confronto com a polícia. A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) divulgou a foto de Ítalo e pede ajuda da população para localizá-lo.
Juliana relatou que a família recebeu a ligação com a ameaça no mesmo dia do crime. “Meu marido atendeu o telefone. Disseram que estavam com nosso filho e que se não transferíssemos R$ 250 mil, ele seria morto. A gente pediu prova, porque hoje em dia tem muito golpe, mas ele mandou uma foto do Jorge vivo. Não estava amarrado, nem amordaçado, mas a gente que é mãe sabe que a violência psicológica já é uma tortura”, declarou.
Desde então, a família afirma viver em clima de terror. “Começou o nosso cativeiro também. A nossa vida parou. Mudamos de endereço, não dormimos, não temos rotina. A gente apenas sobrevive um dia de cada vez”, desabafou Juliana. Ela reforça o apelo por segurança: “Não é que queremos viatura na porta da nossa casa, mas queremos pelo menos respirar com um pouco de tranquilidade. Monsenhor Gil tem uma unidade de segurança, mas não tem efetivo. Muitas vezes só tem um policial. E se acontecer outra tragédia?”
Juliana também falou sobre a dificuldade de seguir a vida com o principal suspeito ainda solto. “O coração de mãe é grato por ter o filho de volta, mas é um coração inseguro. Enquanto Ítalo estiver solto, a nossa vida não voltou ao normal. A cidade precisa de mais policiamento, de estrutura. Agradeço demais à polícia pelo trabalho rápido, mas o caso ainda não acabou. A gente ainda está com medo, está com o trauma.”
A SSP-PI informou que as buscas por Ítalo continuam e que qualquer informação pode ser repassada de forma anônima ao número 190.